sábado, 27 de dezembro de 2008

Sobre o Natal, fim de ano e o blog novo




A gente devia viver de férias. Há poucas coisas no mundo melhores do que acordar um dia e não ter certeza de que dia da semana se está. E ler, ler infindavelmente. E dormir. Ultimamente venho dormindo tanto que estou me sentindo culpada. Hoje, por exemplo, resolvi acordar mais cedo (9 horas!) pra fazer alguma coisa de útil como escrever neste blog e divulgar o outro, que é meu e do Felipe. Falarei mais sobre ele amis na frente. A verdade é que estou tentando não pensar em trabalho, naquela miserável condição de ter seu dia dividido em horas, períodos oportunidades limitadas de descanso. E eu estava tão domesticada nessa rotina que nos primeiros dias de férias eu sequer sabia o que fazer. Acabei não fazendo muito do que planejei, mas o ano que se aproxima promete ser bem melhor que ano que passou, só pelo que me apresenta em seus últimos dias. Vou cuidar mais de mim e me dar mais tempo, me formar, cantar profissionalmente, entrar no mestrado, dar mais atenção aos meus. E por mais que isso pareça resolução de fim de ano, isso são metas latejando na minha cabeça, não há como levar a vida que levei no semestre passado.

E como uma das resoluções de fim de ano, voltei a trabalhar com o Felipe em um novo projeto. É a Terra dos Idiotas. Os J Facts agora tem morada garantida, acompanhados da gentileza sutil dos textos do Felipe. A verdade é que fazia tempo que pensávamos em um blog e todos os blogs são muito bonitinhos, buscando o melhor de cada um. E que tal fazer um blog com o pior de nós dois? Jamie Irrita e Fino Felipe, os personagens que falam por nós, são o pior que somos porta de casa adentro. E lá fazemos o que todo mudno gosta de fazer, seja no ônibus, seja no trabalho, seja em casa: reclamar. Pois como deixou claro meu último J fact, há sempre companhia quando se quer reclamar. Vale a pena dar uma olhada.

www.terradosidiotas.wordpress.com

domingo, 14 de dezembro de 2008

Sobre religiosidade e cegueira



"Minha mãe me disse há tempo atrás Onde você for Deus vai atrás Deus vê sempre tudo que cê faz Mas eu não via Deus Achava assombração, mas... Mas eu tinha medo! Eu tinha medo! "Paranóia, Raul Seixas

Depois de muito ler, vivenciar, buscar entender (e olhe que eu nem tanto li e nem tanto vivenciei), chego a conclusão segura de que a religião é o maior problema da humanidade. Algumas pessoas podem se achar nelas, e eu até acredito que há um período da vida que todos nós precisamos de um conjunto de regras morais pré-estabelecido, seja para seguir, seja para questionar, seja só pelo sentimento de pertencer a algum grupo, seja pela incessante vontade de acreditar em alguma coisa. E a maioria das religiões que conheço nos faz acreditar em absolutamente qualquer coisa além do poder de cada um, nos faz deixar de acreditar em nós mesmos.

É engraçado como somos criados no Brasil. A gente cresce acreditando que só existe uma religião, um Deus, uma forma de pensar. Temos aula de "religião" e não temos a menor idéia do que isso significa. As outras religiões além do Cristianismo e até mesmo a falta de religião é algo inconcebível. Fulaninho é bom por viver na Igreja. Bonito mesmo é se casar de branco, véu e grinalda. E se algo nos indigna a gente automaticamente fala "Oh meu deus...", "Valei-me minha nossa senhora". Está tão cristalizado na gente que a gente nem pensa em olhar pro lado, nem considera que exista outro lado. A gente perde a coisa mais interessante de ser humano que é a possibilidade de se questionar, de ter senso crítico, de escolher. E eu acho isso tão patético quanto um pai neurótico por futebol que enfia uma blusa do time preferido em um bebê e a criança cresce sem direito de escolha, sem saber que tem escolha. É assim com crucifixos, é assim com idas a igreja, é assim com os infindáveis terços que eu tive de rezar e as intermináveis missas que eu tive de assitir e as centenas de genoflexões que tive que fazer para que ninguém olhasse torto para mim e calava-me com o gosto estranho da hóstia na boca.

E eu nunca acreditei. E nem acredito até hoje. Mas isso nunca importou.

Assim que tive idade, dinheiro e independência para fazer minhas próprias escolhas, nunca mais pisei numa igreja, nem pus meu cabelo de lado, nem dei satisfação sobre a minha vida particular e todas aquelas pequenas coisas que a gente sonha fazer na adolescência. E conheci muita gente que me ajudou neste sair do casulo e muita gente assistiu boquiaberto as cores vívidas das asas que eu descobri ter e nem sabia. Acho que nunca vou me esquecer dos meus primeiros dias de faculdade, quando me ví em um lugar onde as pessoas se questionavam. Depois de 8 anos no interior, gostando de rock sozinha, lendo livros que ninguém lá nunca ouviu falar, eu chego aqui e encontro cabeludos, livros a preço de banana e uma ruma de gente pra conversar sobre assuntos que eu jamais imaginei. Eu ví em Fortaleza, esta mísera cidade do nordeste do Brasil, a possibilidade de ter asas. E fui criando dia após dia uma peninha.

Mas e o que isso tudo tem a ver com religião? Tem a ver que a poucos dias, tive minha gota d'água. Uma GRANDE, GRANDE amiga minha, que foi essencial em tantos momentos para rasgar os limites da minha até então limitada compreensão, virou evangélica. E a notícia saiu me rasgando por dentro, como se ela tivesse atingido o ponto mais alto do senso crítico, tivesse olhado para um lado e pro outro e tivesse se jogado de cabeça em direção ao primeiro degrau, uma regressão de conceitos, uma negação de tudo o que ela já disse, foi ou sentiu de legítimo se desfizesse diante dos meus olhos. E que nao venha evangélico nenhum deixar comentário de preconceito ou dizer que eu vou queimar no inferno. Não consigo conceber que uma pessoa de mente tão aberta se entregue a uma religião que trata mulher feito merda, que considera todo mundo culpado desde antes de nascer, que trabalha com o conceito de fez coisa errada-se arrependeu-vai pro céu, é-pq-deus-não-quis, se-Deus-quiser. Aliás, odeio estas duas últimas frases. Deus é a desculpa pra tudo. Por Deus se mata, por Deus se multila física e psicológicamente as pessoas, Deus é a excelente desculpa para tudo.

E o mais indignante é um e-mail que eu recebi outro dia. Um powerpoint ridículo sobre homens armados que entram numa igreja/culto e pergunta quem está disposto a levar uma bala por Cristo. A imensa maioria (CLARO!) sai, uns poucos ficam, os homens armados tiram os capuzes e dizem "Pronto, pastor, os hipócritas saíram". Eu fiquei boquiaberta de ter recebido um e-mail assim, ainda mais de uma pessoa inteligente com ela.

Será uma fase ruim? Será um momento de "fraqueza"? Será o desespero na descrença no ser humano? Será que é essa pessoa que tanto me ajudou a abrir os olhos que desesperadamente se venda?


terça-feira, 4 de novembro de 2008

Sobre o pessimismo




Pensar positivo é de fato algo muito complicado. Não é à toa que existem nas livrarias tantas opções de livros de auto-ajuda que te ajudam a, basicamente, ver a vida de forma positiva o suficiente a ponto de ser possível abrir os olhos de manhã e pensar: eu vou acordar e levantar pois foi isso que fulaninho naquela história sobre o monge fez para ter muito sucesso. E então, como um espelho torno das histórias alheias, é possível ver que com um pouquinho de água e muita, muita boa vontade, sua grama pode ser também bem verde.

E então, teoricamente é só pensar positivo. Ver o copo meio cheio e não meio vazio. Ser um Joseph Klimber com nossas desgraças particulares. Pensar: poderia ser pior. Perder um braço - ou dois - é bem sério, mas será que pensar que a desgraça alheia é mais pesada faz a minha parecer mais leve? Ou será que adiciona um pouco de peso a mais, como se carregassemos agora não só o piano mas também o pianista?

São pensamentos e eles surgem como pop-ups do Internet Explorer e se misturam com as milhares de frases de motivação que ouvimos todos os dias. E se misturam com as posturas que temos que tomar, com as milhares de pessoas que temos que ser e na indagação corrente: como diabos pode caber tantas caras em uma só face, tantos sentimentos em um só peito?

Pensar positivo é estranho e não natural. Mas é necessário. É como usar roupas. Inatural, mas necessário. E eu venho me esforçando muito nesses últimos dias para não ver na possibilidade da queda o desastre. Mas é difícil. As pessoas são pessimistas, o mundo é pessimista, até o sutiã que a gente usa pros peitos não despencarem é pessimista em relação a gravidade. A história é tomar logo o copo - meio cheio, ou meio vazio - de uma vez por todas e vê no que dá, sem esperar pelas coisas boas ou ruins, e sim só pelo que virá.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Sobre O Dia dos Professores


Hoje é dia dos professores e eu não sei bem o que sentir. Esperei o dia terminar, passar por todas as pequenas comemorações, mensagens, presentinhos. Esperei o gosto dos chocolates deixarem a boca e as mensagens de otimismo se sedimentarem na minha cabeça e se misturarem ao que é de fato a realidade.

Este é o sexto ano em que celebro o dia dos professores como mais que um feriado, como uma comemoração ao que eu faço, aquilo que me dedico a um tempo bem considerável se for levado em conta minha idade. Em todos esses anos, recebi muitos parabéns e alguns presentinhos neste dia, uns anos mais, outros anos menos. Mas neste ano, recebi o maior dos presentes que um professor pode receber: a constatação de ter feito parte do aprendizado de alguém, de ter auxiliado na descoberta de algo fascinante como o conhecimento, e ainda mais por ser o conhecimento de uma língua estrangeira que tanto amplia os horizontes, tanto psicológicos quanto físicos. Ontem descobri que um colega de faculdade e de profissão foi meu aluno de primeiro semestre. E eu não lembrava disso. Um falante proficiente da língua, estudante de Letras, que lê Shakespeare nas cadeiras da Salete, e foi meu aluno de primeiro semestre! Isso mexeu bastante comigo. Como professores de idiomas, muitas vezes possuímos uma noção muito quebrada do aprendizado dos alunos. Somos responsáveis por eles durante um semestre e por um conteúdo específico, no próximo semestre outros alunos virão e então eles serão o foco. E não reparamos que os alunos do semestre anterior vão continuar aprendendo e utilizando muito daquilo que você ensinou nos semestres iniciais. Imagina a responsabilidade disso: o que você ensinou vai determinar em grande parte se aquele aluno vai ser proficiente ou não. E isso é uma responsabilidade daquelas. E eu vislumbrei este responsabilidade ontem como se tivessem acendido uma luz que iluminava tudo quando até então eu riscava fósforos para não tropeçar no caminho. Haverá presente melhor de dia dos professores que esse? Haverá chocolate ou textos motivacionais que possam chegar aos pés da emoção de ver seu trabalho justificado, de ver que você ajudou a construir um conhecimento que vai seguir em um ser humano eternamente? E mais do que isso em um ser humano que tornou-se também um professor? Esse foi meu presente. Saber que por mais complicada e cansativa seja minha profissão ela vale muito à pena.

E o engraçado é que no post anterior eu vangloriava a tradução. Eis meu eterno impasse: como ser feliz se duas coisas tão semelhantes e tão diferentes me fazem de forma tão semelhante e tão diferente me fazem completa. Complicado assim mesmo, como a frase anterior. É ver dois caminhos diante de si e eles serem igualmente floridos e tentadores, cada um com suas compensações, cada um com suas vantagens e desvantagens.

E é assim que esta tradutora-professora, ou esta professora-tradutora deseja a todos os professores do mundo, oficiais ou não, experientes ou não, que possam sentir o que senti hoje. Um sentimento contagiante de fazer a diferença. Pois esta é a essência do professor. Além dos pincéis, das tarefas de casa, além das noites mal dormidas, das histórias de sala de aula, dos alunos, de suas vidas, de nossas vidas. Tudo isso faz com que sejamos os segundos pais de nossos alunos, pais que não possuem a cobrança do sangue, pais que escolhemos ser, pais que ensinam, influenciam e guiam para além daquela uma hora de aula. O que acontece na sala de aula perdura por toda a vida daqueles envolvidos. Que sejam sempre positivas as influências tanto vindas de você quanto vindas dos seus alunos. E Feliz Dia dos Professores!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Sobre tradução simultânea e muitos, muitos post-its

(Foto de celular...em breve teremos as fotos de verdade:D)

Devido ao sucesso do post anterior, resolvi deixar o blog um cadim mais aproveitando o sucesso antes de um outro post. Mas depois deste fim de semana, não poderia deixar de vir aqui.

Eis que fui convidada pela Malena para a loucura mais louca dos últimos tempos: abraçar um trabalho de tradução simultânea em um congresso de medicina pediátrica em pleno Centro de Convenções. Achou pouco a responsabilidade? Adicione isso ao fato de que eu havia ido para o tributo ao Bon Jovi pela Vulcani no Órbita na sexta e que tinha chegado ao casa às 3 da matina e que ela me liga às 7:36 da manhã do Sábado dizendo que o congresso começaria às 8:00, 8:30 por um atraso. Tive exatamente 3 segundos para me decidir e sem pestanejar (adoooro essa expressão) vesti minha roupinha e me soquei no primeiro taxi que me surgiu.

Adoro essas particularidades da vida. Há semanas eu vinha comentando com algumas pessoas como eu gostaria de me tornar tradutora simultânea e numa bela manhã de Sábado isso simplesmente me surge. Tenho minhas suspeitas de que a Malena não é humana e sim uma espécie de semi-deusa confirmada dois médicos cumprir a loucura mais louca dos últimos tempos, fazer tradução simultânea sem nunca antes ter sequer entrado naquela cabine quente e que, de fato, é uma panela de pressão daquelas. Não só pelo calor, mas pela ansiedade, pelos milésimos de segundo que temos para tomar uma decisão, pela sensação gostosa que percorre o corpo quando você percebe que está dando certo, que as pessoas estão entendendo e que você desenvolveu em horas a tal capacidade de ouvir e falar ao mesmo tempo em duas línguas diferentes. E a cada nova palestra, novas estratégias eram criadas, mais seguras ficávamos, e mais eu tinha certeza de que é isso mesmo que eu quero. Alguns sotaques absurdos, alguns palestrantes que por algum motivo fazem um slide show completamente diferente do que estão dizendo, outros palestrantes que deram verdadeiras aulas de como apresentar-se bem, de forma didática e objetiva e as duas intérpretes (veeixe) aprendendo e se deliciando com aquela maravilhosa nova experiência.

O engraçado é tudo que nós lêmos sobre tradução na cadeira de Aspectos teóricos e práticos daTradução ( da qual a Malena é a professora e eu aluna) ia se confirmando. E temos tanto a falar na próxima aula que eu preciso fazer um roteiro pra não passar das 9:30.

Enfim, foi absurdamente fantástico apesar do cansaço mental extraordinário. Até agora eu escuta as pessoas falando e a mente vai traduzindo. Aprendemos, entre outras coisas que:

1) É necessário uma boa noite de sono antes de pegar um evento assim;
2) Sem a ajuda dos médicos nós teríamos sido linxadas, uma vez que não pudemos estudar os assuntos anteriormente (e eles foram super atenciosos!)
3) Um intérprete é feito de uma mistura homogênea de calma, água, atenção e MUITOS, MUITOS post-its! De outra forma, como lembrar no calor das emoções sempre que aparecer a palavra "screening" que há de se dizer triagem? ou que BMI é Índice de Massa Corporal? E como avisar ao colega um termo que ele não tá conseguindo traduzir. A cabine ficou REPLETA de post-its. Aqueles papézinhos coloridos nunca foram tão úteis :D (amo ainda mais)
4) É absurdamente impossível trabalhar sozinho, há de se formar uma dupla dinâmica para cumprir a tarefa.
5) É necessário saber lidar com os imprevistos e acima de tudo ser muito, muito macho pra dar a cara à tapa e ser responsável pela informação que adentra os ouvidos das pessoas que não falam aquela língua e que estão contando com você pára entendê-la. Living on the edge total. E eu ADOREI!

Muito prazer, Jamie Barteldes, tradutora simultânea.:D

ps: sim, eu vou fazer todos os cursos necessários:D

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

J facts: North Shopping


Habitantes comuns do Shopping (?) mais sem noção de Fortaleza. Detalhe: A foto está intitulada como "Lingudos no North Shopping," no Google Imagens

J fact 1: O North Shopping é Hogwarts. Isso num é um J fact. É uma coisa óbvia. J.K.Rowling visitou o Brasil, foi ao North Shopping e disse: É isso!Um dia a escada está lá, no outro dia não está mais. Elas tem vontade própria. E ainda tem a escada assassina que dá para o cinema. Alí é a seletiva. Você quer mesmo assistir este filme? Qualquer um com bom senso não subiria em uma escada vazada tremendamente alta. E quem tem bom senso também não volta mais alí. E ainda falando em escadas tem SEMPRE uma das escadas rolantes em manutenção. A desculpa mais descarada do mundo pra economizar energia.

J fact 2: O North Shopping está SEMPRE em reforma. E não é ajeitando uma coisa aqui ou outra alí, um dia tem um parque, outro dia um campo de construção. E você é obrigado a passar por debaixo de vigas pensas sustentando a passagem para os pedreiros. Coisa triste. Um dia eles acabam criando uma passagem que dê direito num terminal ou coisa do tipo. Ou pro inferno. Mas aí via depender da vontade das escadas.

J fact 3: Quem anda sempre no North Shopping adora aquilo. E não se perde. Claro! É meia década para entender a lógica daquele local, pois de nada adianta aprender o caminho, você tem que entender a lógica das bifurcações e das escadas. A pessoa passa tanto tempo pra aprender aquilo que depois de aprender não consegue mais entrar em um shopping organizado, enche a própria casa de escadas. E reza pra que elas tenham vida própria.

J fact 4: O North Shopping possue uma espécie de imã pra doidin. Tá certo que qualquer shopping chinfrim é capaz de fazer isso, mas o North Shopping se supera. A cada 10 pessoas, sete são uma mistura de "paty-gótico-com-camisa-da-Amy-Lee-disforme-pitty-atropelada-com-lápis-de-olho-barato-e-munhequeira-do-cpm-22". Eu não vou nem chamar de emo, por que emo se dá mais ao respeito. Dos três que sobram dos 10, dois são algum tipo de babaca correndo com a coroa de papelão do Burguer King ( qual é a graça disso, PELAMORDEUS?!) e a outra é uma velha. Até porque velha é coisa que se espalha.

J fact 5: As pessoas que trabalham lá, especialmente os seguranças e vendedores de sapato (as prováveis criaturas mais chatas da face da terra, acho que eles pedem emprego montando acampamento na frente das lojas, cantando paródias de forrós incluindo nas letras a vontade de ter um emprego e só os mais chatos conseguem), acham que você tem plena obrigação de saber onde fica cada mísera loja daquele antro. E ficam olhando pra você com cara de "me poupe, vai dizer que você não sabe onde é?" quando você pergunta onde diabos está o supermercado que era vizinho à loja de sapato. E apontam com desdém enquanto um "aff" escorre pelo canto da boca.

J fact 6: O North Shopping é tão desorganizado, mas tão desorganizado que eu dou minha cara à tapa como o Supermercado Lagoa contratou um conjunto de seres humanos só pra ficarem doentiamente organizando todos os produtos da loja. E só pra loja do North Shopping. Eu não tô brincando, nunca entrei num supermercado no qual os produtos estivessem tão metodicamente organizado. Os pacotinhos de arroz, os de Bombril, até os pacotes de queijo parmesão ralado, a coisa mais caótica deste mundo. Chega a incomodar a vista, você imediatamente olha pros lados pra verificar se não estão gravando um comercial ou coisa que o valha.

Exagero meu. Olha este blog aqui. Procurando fotos do North Shopping achei outro ser humano indignado.

J fact especial: Pra reclamar de alguma coisa, sempre haverá companhia neste mundo!

domingo, 14 de setembro de 2008

Sobre tapas na cara, auto-avaliação, Cegueira, North Shopping e a Síndrome Galvão Bueno

Esse tapa na cara aí eu também preciso levar todos os dias.


Long time, no see!

Nossa, chega as coisas estão empoeiradas por aqui. Passei um bom tempo longe, mas volto com toda a ânsia de escrita. Espero que a saudade tenha brotado no coraçãozinho-leitor de cada um de vocês. Saudade é bom, afinal. Faz a gente criar expectativas, refletir sobre tudo o que vivemos e ponderar sobre o futuro.

Nossa isso tudo por ter ficado um tempo longe do blog?

Ficar longe do blog é só uma consequência da bagunça que minha vida virou nestes últimos dias. Como uma TPM de um mês, imagina aí. Mas foi bom, crise é um negócio engraçado. Sem ela não há evolução e sem evolução não há muita diferença entre eu e este grampeador aqui ao meu lado. Isso falado parece besteira, mas isso vivido faz toda diferença. Quem nunca levou um pé na bunda, foi demitido, traído, perdeu apostas e entrou em um inferno astral daqueles brabos não sabe aproveitar os períodos de calmaria que a vida oferece. Pior que isso: nem sequer reconhece um bom período. O que quer dizer que deveríamos agradecer (a Deus, aos Deuses, a si mesmo ou seja lá no que se acredite) as épocas de dificuldade, seja ela psicológica, física, financeira ou emocional. E eu nem sei o porquê de separá-las por vírgulas pois quando a coisa aperta mesmo uma puxa a outra.

Mas, Ó, o que terá acontecido com esta jovem de cachos saltitantes?

Auto-avaliação. Tapas doloridos que a vida dá.

"Ai ,quer ser tradutora?"
PAH!

Tapa na cara: Será que você sabe Inglês o suficiente? Será que você tem estrutura psicológica? Será que não é mais uma das suas "leonices" de começar e se empolgar com as coisas como se aquele troço novo fosse o acontecimento mais relevante da sua existência e depois você vai deixar pra lá? Será que não tem por aí gente o suficiente traduzindo? Será que você tem o dom? E existe esse negócio de dom?

E isso é só meu caso, mas quanto tapas na cara a vida não já te deu? Quantas vezes você não teve que frear a empolgação, maneirar, ou até desistir de um projeto por motivos internos e externos?

Isso é bom, mas a gente não vê no meio do furacão como quem tá de fora. A gente quer que passe e passe logo. Esse negócio de crise dá muito trabalho pois crescer dá muito trabalho. E a cada ano que passa mais uma ruga aparece em meu rosto e eu me torno um pouco mais vivida, um pouco mais sacada, um pouco mais pronta pra seja lá o que venha a acontecer e quando eu estiver me sentido... PAH! Um tapa bem Maxwell Silver Hammer. Bang Bang! Marteladas na cabeça e a consciência sussura sorrateiramente...."Ei....você não sabe é de NADA!hahahaHAHAHA!".

E lá vai nego aprender tudo de novo. Outro ciclo começa, você mais forte, o mundo mais cruel e lá vamos nós. A vida é uma roda gigante apavorante. Mas a gente sempre paga pra ir de novo.

O negócio é esperar pela minha própria carta da Torre e ver castelos ruírem e deles fazer o novo.

Let's see.


E enquanto eu espero (ouvindo "Hey you've got to hide your love away" dos Beatles, vídeo no final deste post), posso enfim comentar o Ensaio sobre a Cegueira, ou melhor...Blindness, como foi chamado o filme baseado no livro fantástico de José Saramago (sou um tanto suspeita para falar de Saramago), dirigido por Fernando Meireles. Depois de muito espera posso dizer que:

1) Fantástico o filme não é, mas é muito bom sim. Chorei horrores, principalmente na terrível cena do estupro coletivo, mas certas coisas como a ausência de importância dada ao Cão das Lágrimas no filme (que sequer é nomeado como tal) foi só uma das coisas de que eu senti falta. Aí alguém diz: mas tudo não podia ter. Só que tem coisa que é essencial. Pelo menos pra mim.

2) Fã é foda. Depois de ver o filme pensei comigo mesma que podia ter sido a maior obra de arte, eu teria botado defeito pq Saramago é Saramago e melhor do que o que ele escreveu não tem como ter. Filme nenhum. Posso estar errada, mas isso faz com que eu tenha uma visão um tanto mais realista das minhas análises.

3) Quando as luzes se apagaram, Felipe sussurou no meu ouvido: "Bem-vinda ao pior cinema da cidade". Achei que era exagero dele. Até pq o North Shopping (ou melhor, Hogwarts, uma vez que como a escola de bruxos, as escadas de lá mudam de lugar aparentemente por vontade própria), é o shopping mais desorganizado que já conhecí, então talvez ele estivesse influenciado. Mas que nada. Levei meu casaco na bolsa pois sempre sinto frio em sessões de cinema, mas nem lembrei dele. Tava quente, lotado, com um áudio ruim e o pior de tudo - com o PIOR público que um filme pode possuir. Uma mistura disforme de adolescentes na puberdade com pouco ou nenhum poder de concentração, mulheres mal educadas que acham super conveniente conversar dentro do cinema (faz toda a lógica, é escuro e tem um filme passando e pessoas querendo prestar atenção, então, pq não conversar?!) e os velhos "relatores do óbvio". Ah, esses são os que mais me irritam. E não importa quantas vezes eu escreva isso aqui, eu vou sempre repetir. Eu odeio os relatores do óbvio. Um homem com uma faca, uma vítima acuada...polegar, indicador, polegar, indicador(by Malena)...SERÁ QUE ELE VAI SER ASSASSINADO? SERÁ?!!!. Aí o filho da mãe tem que dizer..."Ele vai matar ele.....". Perdoando o Português do retardado...É nada?! Mas ele não consegue continuar respirando se não disser aquilo, o sangue nas veias dele vira pedra se ele não narrar o que vai acontecer. Também conhecida como a "Síndrome Galvão Bueno", isto está dia após dia me afastando das salas de cinema. E quando pelo no North Shopping, um corvo chega na minha janela e diz: Nevermore!!!(e não há ressentimento em suas palavras....)

Aliás, o North Shopping devia render um J Facts, mas tô irritada demais pra pensar neles agora.

O clipe, um dos mais estranhos dos Beatles, You've got to hide our love away, que tem tudo a ver com os tapas na cara.

sábado, 16 de agosto de 2008

3 anos e 7 meses, Personal Che e tapiocas, muitas tapicas

Vou começar o post de hoje deixando bem claro que poucas coisas são tão fantásticas no mundo quanto não trabalhar no Sábado. Trabalhar no sábado é uma coisa que cansa muito. Pode parecer um dia como outro qualquer, mas não é. Se você tem uma semana corrida e só tem o fim de semana para descansar e ainda inventa de trabalhar no sábado, sem fim de semana se resume ao domingo e você vai, em geral, usá-lo para deixar tudo pronto para a semana. Portanto eu digo, devia ser proibido trabalhar dia de sábado. E sendo eu uma pessoa de sábados livres, comemoro. E eu acho que poucas pessoas realmente entendem o que isso significa pra mim.

Muito bem, cantei, afinal, na sexta-feira junto com mommy e foi bom e estranho. Bom porque cantar é sempre bom e pq eu achjo que não fui tão mal assim. Estranho porque eu estou acostumada a cantar do lado de um violão, uma coisa caseira, não um microfone e a impossibilidade de se ouvir. Sim, pq não se ouve nada do que se canta no palco. Estou esperando ouvir a gravação pra ver se eu me vanglorio ou se eu queimo o "compacto". Deixo aqui meu agradecimento a Dna. Plita e o Seu Sávio que foram, ouviram e aturaram até o final.:D



Sábado bom, dormir até tarde, ir assistir filme no dragão, Personal Che. Documentário acerca das várias imagens atreladas ao Che Cuevara ao redor do mundo. E se você pensa que o filme se limitou ao apelo fashion que a imagem do Che tem hoje em dia (a C&A é repleta de blusas "dele"), há quem considere o homem um santo e, pasmem, até Nazista! Como assim? Só assistindo o documentário, bem produzido, embora com uns escorregões, como a interferência na crença alheia e no caráter paradão do mesmo. Sem contar que o operador da sala de projeção foi, sei lá, ao banheiro e nos deixou sem cinco minutos de filme.

Tem uma frase no filme que me deixou bastante pensativa. Um fotógrafo diz, acerca da mais famosa foto do Che, que a coisa mais importante que ele fez na vida inteira foi posar para aquela foto, pois ela eternizou um momento e, para muito, é o resumo do que ele é. Comecei a refletir ainda mais acerca da fascinação da fotografia, das imagens, dos momentos. Guardo minhas fotografias com muito cuidado, revejo-as de tempos em tempos. Eu nunca mais serei tão jovem quanto as fotos de 2, 5, 10 anos atrás. Parece uma coisa estúpida de se pensar mas as fotografias eternizam, elas mantêm os mortos vivos, os momentos vivos. Passo horas olhando pra uma foto só. E consigo reviver tudo aquilo. Isso é fascinante.

A tarde e a noite foram dedicadas a tapiocas. Chegamos em casa do cinema e resolvemos nos entupir desta maravilha indígena e eu, enfim, aprendi a amnhã pra fazê-las fininhas e ainda molhadinhas. O que não suspeitávamos era que, oito tapiocas depois, o Henrique nos ligaria para nos dizer que a comemoração de seu aniversário (que foi dia 14) seria nas Tapioqueiras. E dá-lhe mais tapioca. Foi bom, nunca tinha ido lá, é um cantinho bastante simpático. Queria ter feito a piada clássica de olhar pra garçonete e perguntar: "tem tapioca?", mas me segurei. Só sei que não quero mais ver tapioca na minha frente tão cedo.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Sobre Os Cinco


Cada um possui características, algumas comuns, outras díspares. Cada um com uma essência clara e outra oculta, uma para todos e outra somente para mim, além de todas as suas demais faces. Faces que não se encaixam, senão em mim. Faces que perderiam-se na multidão daqueles com os quais convivemos sem de fato nos envolvermos. Faces que em mim se unem como num quebra cabeça subjetivo, um espelho de cinco faces que converge em mim.


Ele possui rugas nas laterais da boca, como se risse há 400 anos, rugas que emolduram um sorriso de criança que a poucos é destinado, seja este por ironia, por alegria, por satisafação, por ter convencido alguém. Seus olhos, quse sem pálpebra, escondem para si a percepção do mundo, um mundo, palavras dele, de cores próprias, de conexões e interligações contínuas, simulando "se's", ensaiando saídas, vivendo antes aquilo que o mundo ainda não viu. Ele, que é pra mim diário, que é para mim carinho, presença, sensualidade, companheirismo, alicerse dos meus sonhos, mão unida para sonhos em conjunto, estopim de minhas pequenas e tão importantes evoluções. Ele não rí de minhas piadas, rí de minhas pequenas raivas, rí de mim quando não quis fazer rir, rí comigo de um mundo bem estranho. Ele é uma aconchegante tarde de chuva, envolto em cobertores, cheiro bom de pele subindo ás narinas. Ele é outra banda da meia laranja que eu sou. A Jamie dele é menina e mulher, mãe e filha, é uma irmã erótica.


Ela é como fogo. Constante, efusiva, explosiva e possui em si a calma da intimidade, a certeza do tempo, o conhecimento da convivência. Foi tutora de transformações em mim, a fada madrinha que me surgiu e estendeu o prazo da meia-noite. Suas tatuagens representam o que é ela é, alguém que tomadecisões que fazem parecer as demais alternativas ilógicas, inexistentes. Ela é o carinho de irmã mais velha, sem a cobrança do sangue. É um estar fixo, pincelado por verbos no gerúndio, mas, em essência, no infinitivo. Quando ela me abraça, é como se uma família inteira me abraçasse.

Ele é um conto-poesia. Seus passos são líricos, suas palavras entrelaçam-se à sua rotina, justificando-a, significando-a. O zine no seu bolso é como uma introdução de sí, uma sinopse do "prazer em conhecer-me". É egoísta em essência e isso lhe faz fraterno somente com quem lhe apraz, somente com quem dentro dele existee só dentro dele existe o mundo. Ele pode ser o canalha babando pela bunda que passa, ou o romântico que apaixona-se por um sorriso bobo. Ele chora comigo cantando "She's leaving home". Eu sou, para ele, a coisa mais perto de um amigo homem que uma mulher pode chegar a ser, sem deixar de ser feminina.

Ele possui quatro entonações para meu primeiro nome: a de surpresa, a de indignação, a de raiva (geralmente gerada pela insistência) e a tremida, de riso. Ele ainda é muitas coisas que eu já fui, coisas que eu estou sendo e possui sonhos ao mesmo tempo parecidos e completamente diferente dos meus. Ele descobre as coisas que eu já sei e nisso eu vou reaprendendo, e quando vejo ele vai e me ensina algo novo.Pode ser o coroinha ou o cafetão, pode defender por horas o padrão e no outro minuto provar pizza de rapadura, e isso permite conversas infindáveis enquanto as horas, os trabalhos, as aulas justificam uma presença que vai, em essência, além de tudo isso.

Ela é a irmã mais nova que eu escolhí ter. Ela é doce e de sentimentos delicados, tão à flor da pele que saltam de sí para as folhas de papel de sua agenda como um rio que dá no mar por ser este o fluxo natural das coisas. É a reencarnação da Clarisse Lispector, sem o narigão.Ela lembra de pequeninas coisas de diálogos passageiros, manda mensagens de boa noite e de boa sorte e faz a vida parecer um pouco mais sentimental, como suas coloridas bolsas que dizem mais dela do que ela mesmo é capaz de imaginar.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Sobre o laboratório da UECE, PCs e sobre cantar

Exemplar parecidíssimo com a "belezura" que foi meu primeiro PC

"Posto" de um lugar incomum: do laboratório de informática da UECE. Pense num lugar que pisei pouquíssimo! Sem a cara de pau necessária para se entrar em uma aula de grego às 8:36, resolví gastar R$1,00 do cartãozinho e fazer alguma coisa de útil. Tão útil quanto postar no próprio blog pode ser. E é engraçado pq eu tinha um cartão desse em 1512. Lembro que pra conseguir o cartão no meu primeiro semestre, era necessário apresentar um certificado de um curso de informática que o indivíduo tenha cursado, o histórico ou declaração do curso e a graninha. Hoje eu cheguei lá dei "os 1 real" e fui feliz. De fato, afixado na cortiça ainda presente na sala, estão estas recomendações. Mas elas não fazem sentido hoje em dia. Primeiro, por que uma parcela assombrosa da população já sabe mexer nesta bendita máquina chamada computador, ás vezes melhor que qualquer outra coisa na vida. Depois, eles deveriam exigir na verdade um curso de informática para computadores mais antigos pois esses aqui são pré-históricos. Do tempo que a gente chamava a CPU de "CPU torre", daqueles que tem um botão turbo pra quando a máquina travar você dá um tapão, mas um tapão virtual, não daqueles que o monitor voa longe. Me lembro do meu primeiro pc, que usava ainda o DOS ( CD:/ windows kkk) ainda da tela verde e que pegava Floppy disc, um troço quase do tamanho de uma mão que não armazenava nem o que um disquete armazena, isso junto de uma impressora daquelas que pegava aquele papel com furinhos, e tão arcaica que se você mexesse no texto digitado no Word Star, o word da época, enquanto a impressora imprimia, suas alterações saíam no papel. Depois disso, veio o windows 3.1 e pra mexer nele eu precisei fazer um curso na Sigma, que era o cúmulo da modernidade em Pacoti. Era tudo tão novo! Tinha cores, um mouse, tudo tão interativo, cheio de janelas. O windows 3.1 era na verdade como uma grande mesa bagunçada, daquelas que quanto mais você arruma, pior fica. As janelas ficavam todas abertas na área de trabalho e ai de você se miniminizasse, haja zé pra achar de novo aquele diretório importantíssimo. Foi nele que me senti a maior artista plástica de todos os tempos por ter descoberto como fazer efeito de neve no Paint (baldinho pra pintar a tela de preto, ferramenta spray no branco, pressiona o botão esquerdo do mouse e displicentemente faça linhas horizontais e verticais. Fica lindo:D). Dele pro 95, pro 98, pro 200o, pro Mx até chegar no atual XP, o windows mais bonitinho, prático que enfim conhecemos. Ah, durante um tempo tentei usar o linux, mas como o mundo é do Windows é um saco ficar salvando tudo para ser compatível com o windows e por mais que eu admire a iniciativa do Linux, a preguiça me venceu, assim como venceu quase todo mundo. Meu único amigo que ainda usa Linux, que eu saiba, é o Roger. Mas quem tem a determinação necessária pra parar de fumar e ser vegetariano, usar Linux é fichinha:P

Hahahahahahahaha...acabei de me lembrar que a coisa mais importante que aprendi sobre computadores é que a PORCARIA da tecla de Insert pode te dar muita, muita dor de cabeça.




Marisa Monte sempre me lembra minha mãe. Acho que pela voz parecer, pelo jeito calmo, por elas duas sempre parecerem estar embebidas em Óleo Séve, serem cheirosas e com tendências meio indianas...

Hoje minha mãe cantará num barzinho/estúdio chamado Vocalize. E por mais que seja uma apresentação pequena, com um repertório limitado a em média 30 músicas, sei que representa muito para ela e eu estarei lá, sem dúvida. Até pq faz 14 anos que não ouço minha mãe cantar e, como em mim, cantar é uma necessidade para ela. Cantar nos faz feliz. E modéstia à parte, minha mãe canta muuuito bem. Pra quem não sabe, meus pais, minha mãe e meu pai biológico, tinham uma banda cover de Beatles, o The Shout. Tínhamos um pequeno estúdio de ensaio nos fundos da casa com as parades forradas com caixas de ovos para abafar o barulho e eu adorava ficar vendo os infindáveis ensaios e, quando podia, ir aos shows. Eu me apaixonei pela música bem cedo, convivendo com músicos e seu universo sofrido-fantástico, babando pelas roupas dos shows da minha mãe (lembro especialmente de uma bolsa de franjas que minha mãe tinha absolutamente escândala!), isso sem contar com a mágica dos palcos, das luzes, do cheiro formidável do gelo seco. Não escondo pra ninguém que o sonho da minha vida é, enfim, ter uma banda e nela ser vocalista. Até banda de baile rolava, não sendo forró eu estaria lá. Tenho uma admiração imensa por aqueles que sabem tocar um instrumento musical pois o único que eu conseguí dominar até hoje foi minha própria garganta, até com a panderola eu me embanano. Quem sabe na minha terceira idade, com a vida ganha e filhos criados eu possa, enfim, realizar meu sonho. Minha mãe nem precisou esperar tanto.

Literatura traduzida me espera, vamos enfim terminar os sonetos de shakespeare:D

sábado, 2 de agosto de 2008

Sobre o tal dia 26 e a xoxísse da vida




A blogueira que vos bloga está mais velha. E bloga do alto de seus vinte e três anos sentindo que, se de acordo com a astrologia o ano começa pra você depois do seu aniversário, este é primeiro ano que eu vejo mudanças realmente claras em minha personalidade e rotina. A única coisa que se manteve estável foi a natural decepção do dia propriamente dito. Acho que eu acabo criando tantas expectativas para um dia só meu que é natural o desapontamento. Tive um dia 26 meio tristonho, quase não tive coragem de levantar da cama. Fui à praia, depois descansei em casa, depois ao Del Paseo e depois mais uma vez acabei "comemorando" no Dragon center, terminamos a noite no Fafi. Poucas pouquíssimas pessoas apareceram - deixo aqui meu profundo agradecimento aos que foram: Filipe Falsário e sua digníssima Érica, Pilta e seu digníssimo Sávio, Bárbara e sua digníssima, Jacinta (para minha surpresa), Ananda e claro, Felipe. E fiquei bem chateada com algumas pessoas que disseram que iam e não foram, pois pior que não ir, é criar a expectativa da presença, é deixar-me observando cada vez que a porta do restaurante abria, numa esperança vã que só machuca, que só fere um pouco mais. Tem a ver com se importar, tem a ver com prestar atenção em que está do seu lado, em estar presente num dia essencial. Minha melhor amiga não foi, mas passou a noite do dia anterior comigo, me ligou duas vezes. E significou muito pra mim.

Daí eu fiquei pensando na minha relação doentia com aniversários, com a vontade cada vez mais crescente ano após ano de desaparecer dia 26 de Julho. Refleti sobre as festas que fiz e ninguém apareceu, do quão rodeada de gente eu estou todos os dias do ano, mas no único dia que eu acho essencial, pessoas essenciais não estão presentes. Será que, sendo essenciais para mim, eu sou também essencial para elas?

Um outro ano pra mim começa com o coração um pouco mais frio em relação a amizades, e eu odeio isso de ter que que maneirar sentimentos, de ter reservas, de ter um nó no peito sempre que me lembro do assunto.E fico também feliz com descobertas fantásticas, com amizades que começam, com amizades que se confirmam, com sacrifícios que eu vejo as pessoas fazendo e bem triste com sacrifícios que alguns foram incapazes de fazer. E guardo isso dentro de mim e o pior de tudo, eu não esqueço. Eu não esqueço os meus 14 anos quando ninguém apareceu. Eu não esqueço dos abraços que não ganhei aos 23.

Enfim, a temática do post tá assim meio xoxa, mas a vida anda assim meio xoxa mesmo. Coisas absurdas andaram acontecendo, máscaras caindo, um professor de Grego fanho e inconsequente,"As Vinhas da Ira" se tornando cada vez mais cruel.Parou de chover e faz um calor danado lá fora e meus braços dóem depois de 5 balizas e 7 retornos, isso meio dia com uma p**** de um carro de direção dura e com o bendito instrutor dormindo na minha cara com o pezão enfiado na embreagem.

Mais é isso aí, Life is a bitch e hoje tem Black Sabbath no Cantinho mais uma vez. Pq, afinal, há poucas coisas que a música não é capaz de tornar melhor.

Ps 1: Sim, foi uma noite muito boa, apesar das ausências. Desde os sushis quebrados dentro de copinhos minúsculos de café com shoyu, passando pela semelhança de assuntos de assinantes da Super Interessante, pela constatação absurda do Felipe de que eu sou racista por achar que o Cascão é negro, a sutileza e fineza da Jacinta ao comer, a Ananda catando fora os "bichos mortos", a impagável carona pro Fafi, as trocentas vezes que passamos em frente ao Del Passeo, a Ananda por cima de mim, do Felipe e da Jacinta, meus joelhos "massageando" o Sávio, os 360 graus de retorno (quem dera eu ter que fazer isso na prova do Dentran!), o Fafi (sem esquecer da chinela assim que fomos cuspidos do carro), beber, conversar, tentar falar Inglês, beber mais um pouco, dançar até dar dor no pé, ir pra casa realmente feliz.

Ps 2: pq isso está nos ps's. Pq eu não sei valorizar as coisas boas. Ninguém sabe, na verdade. Por isso que life is a bitch.

domingo, 20 de julho de 2008

Sobre o Curinga e J Facts sobre cinema



Na fila para comprar o ingresso pra ver o tão aclamado filme novo do Batman, uma mãe fala pra filha que estavam prestes assistir um filme do Batman com a participação do Curinga. Nada poderia ser tão absurdo. Batman é um mero figurante neste filme, o curinga é o cara. Eu já tinha lá minhas quedas por ele e pelo Charada. Já gostava do Jack Nickolson com Curinga mas o Heath Ledger se garantiu muito mais. E, escrevendo esse post, descubro que ele morreu e mais chocante ainda, lembro que eu lembro claramente da notícia mas não havia associado o ator de Brokeback Mountain e de 10 coisas que eu odeio em você seria AQUELE curinga. Eu havia lido na Super Interessante que a atuação era fantástica, que o ator passou uma mês trancado num quarto de hotel e que durante as filmagens as pessoas tinha muito medo dele. Mas não achei que fosse ser algo tão estrondoso. Cada pequeno trejeito, a voz, as roupas, a maquiagem, as cicatrizes, as falas. Absurdamente assustador. A must see. Só sei que o filme rendeu altas conversas pós-filme, rende até agora.
Qualquer um pode ser o Batman, mas o curinga...não mesmo.
Até eu posso ser o batman.:Phahahhahahahahahahahhahahahahhahahahahhahahahhahhahahahahahah

J facts, cinema:
J fact 1: Nenhuma sessão de cinema é uma verdadeira sessão de cinema se não houver, pelo menos, uma pessoa que tosse, uma pessoa que rí nas horas inapropriadas, uma pessoa que insiste em atender o telefone sussurando "sutilmente" que não pode atender esta ligação por estar vendo um filme. Se não podia atender, pq diabos atendeu?!

J fact 2: Você nunca vai lembrar de ir ao banheiro antes de uma sessão de 3 horas de filme. Numa de uma hora e meia, você vai ao banheiro, beberá toda a água necessária, levará um casaco. Mas nunca numa de 3 horas.

J fact 3: O mundo sempre parece menos interessante depois de um filme. Quando você deixa aquela sala escura e dá de cara com aquelas luzes artificiais, aquela ruma de gente comum, a vida perde absurdamente o sentido por alguns segundos. Eu sempre sinto vontade de voltar correndo pro filme onde eu estava, pelo menos parte dos meus sentidos.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Sobre o mês de Julho, Miss Take e J facts sobre professores




E a vida pouco a pouco volta ao normal. Duas semanas altamente frenéticas, viajando, sendo minder, entregando o resto dos boletins que faltavam. Nem parece Julho, nem parece um período teóricamente destinado ao descanso. Mas é bom mesmo assim. A rotina do semestre, mesmo boa, nos impede de vivenciar diversas coisas. Como, em dia da semana, eu poderia ficar até quatro horas da manhã conversando potoca? Como, dando aulas, eu poderia viajar durante uma semana sem remorço de estar deixando os pobres aluninhos sem aula? É um mês só, mas é um mês valioso. Um Mês pra se fazer o que não se pode fazer nos outros dias. E o melhor de Julho, o que o torna melhor que, por exemplo, Dezembro, é que Julho tem esse ar de respirada. Não é o fim das coisas ainda, o ano não acabou, ainda se pode errar e acertar no mesmo angustiante período que 12 meses. Julho é a soneca na espriguiçadeira depois do almoço, não é o dormir da noite. Curiosidades: Julho tem este nome porque Júlio César nasceu neste mês (pra se sentir daquele jeito tinha que ser leonino :P). Outras:

Julho começa (astrologicamente) com o Sol no signo de Câncer (Caranguejo) e termina no signo de Leão. Astronomicamente falando, o Sol começa na constelação de Gemini (Gêmeos/Gémeos) e termina na constelação de Cancer.

No roda do ano pagã julho termina Lughnasadh ou próximo dela no hemisfério norte e no Imbolc ou próximo dele no hemisfério sul.

Na Igreja Católica Julho é dedicado ao Preciosíssimo Sangue de Jesus.

E o mais interessante de tudo:

Julho e Agosto são os unicos meses seguidos do ano que tem 31 dias. Isso aconteceu porque os dois meses são homenagens a Imperadores Romanos e um não poderia ter uma homenagem menor que a outra.

(Explicação: em Julho começa Leão e em Agosto termina...kkk)

Obrigada, Wikipédia.:D

Então, Braz-Tesol. Sem dúvida a coisa mais legal do Braz-Tesol foi esta figura:

Estávamos eu e Fjr, toddynho oficial destas duas semanas, procurando por bons workshops para assistir no período de alforra, quando não estávamos "mindeando". Meio sem acreditar que fosse ser lá grandes coisas, entramos atrasados em um workshop sobre erros e um cara com um inglês britânico absuuurdamente perfeito está propondo discussões. Desvio a atenção, ele sai da sala, e quando volta está vestido neste outfit acima, exagerando os erros mais comuns (e mais irritantes) que um professor pode cometer em sala de aula (Mistake=Miss Take...polegar e indicador...entendeu, entendeu...).Eu quase não consigo assitir o workshop de tanto rir, de tanto identificar colegas e de, sim, eu assumo, me ver exagerada em muitas de suas catastróficas ações. E o engraçado é que eu já tinha feito coisa parecida à pedido da Malena num TDC que ela ministrou num curso de Inglês de uma amiga dela. Mas ele, definitivamente se garantiu muito mais. Sei lá, acho que é mais fácil ser esnobe e não dar atenção aos alunos com british accent:P Mas, enfim, brincadeiras à parte, foi um workshop digno de aplausos. Não foi só um cara vestido de mulher fazendo gracinhas, os erros que ele exagerou estão tão presentes em sala de aula que chega a ser absurdo. Realmente um tapa na cara pra se refletir por dias. Créditos a Dan Conti, ministrante do workshop (mas cá entre nós, pode chamar de Mr. Take.:D)

Pra encerrar alguns J Facts sobre Professores:

1) Todo professor é muito mais capaz, dinâmico e eficiente quando observa uma aula alheia.

2) Quando professores se reúnem em um encontro como o Braz-Tesol, 80% do tempo gasto em um seminário será gasto em frases sobre a importância da própria profissão, como ganhamos pouco mas somos felizes, como somos absurdamente essenciais à sociedade e o quanto devemos nos unir e nos sentirmos especiais e sublimes. Parece mais uma clínica psiquiátrica que um encontro de professores.

3) O auge da profissão de um professor de Inglês é quando ele tem coragem suficiente para falar em Inglês sobre suas idéias para uma platéia de quase 500 também professores de Inglês, sem contar os nativos espalhados. Pois cada professor daquela platéia espera ansiosamente por um deslize, uma preposição mal empregada, um present perfect no lugar de um past perfect. É como desfilar sem pele para uma platéia de canibais famintos.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Sobre Guaramiranga, Amizades e Memórias e Braz-Tesol e férias




Volto, e volto cheia de novidades. Novidades até demais. Não será a primeira e nem a última vez que digo isso: dias felizes rendem menos escrita. Dias tristes tem posts seguidos, longos, reflexivos. Tenho receio se escrever sobre coisas boas. Sempre soa como se eu me gabasse, como se os meus dias felizes só fossem interessantes para mim e pra quem deles participa. A tristeza faz com que nos reconheçamos como seres humanos. A felicidade é sempre uma outra coisa.

Guaramiranga foi absurdamente fantástico. Primeiro pelo lugar. É interessante passar um tempo sem ir lá e ter uma oportunidade como essa. Vem tudo de novo, a infância e a adolescência escondidas em cada cantinho de sala, pegadas das corridas pelo sitio ainda marcando o chão úmido daquele lugar encantado. E eu havia esquecido disso, tinha esquecido que os anos que passei em Guaramiranga, por mais difíceis, provinciais, por mais que eu morresse de vontade de voltar para Fortaleza e ter uma "vida-de-adolescente-normal", eu era uma menina muito feliz alí. Inocente, aquela inocência da infância, ambientada por um friozinho que eu dava tudo pra ter aqui em Fortaleza. Daí, vem a questão de quem foi. Reuniões com colegas de trabalho podem ser bem chatas, mas é necessário se esforçar muito pra se ser chato em Guaramiranga. Foi bom conviver com pessoas pelas quais você às vezes só passa uma tarde a cada quinze dias, que você vê entre uma aula e outra. Foi bom ficar ainda mais próximo de quem eu já era próximo. Foi bom descobrir que algumas pessoas são mais legais do que parecem e outras, que nem cheiravam e nem fediam, agora terem um cheiro que os identifique:P Tenho fotos(treinei...E COMO!) e memórias fantásticas.

E por falar em memórias, venho pensando nestes dias sobre memórias. O quanto é fantástico presenciar as primeiras vezes das coisas, as suas e as alheias, os pequenos e sutis presentes do destino. Uma boa amizade é feita de bons momentos, de boas memórias. As memórias ruins de dor, de conversa, de apoio, são importantes, sim. Mas elas meio que são um apoio. Uma certeza de que se pode contar com aquele outro ser humano num momento de necessidade. Mas não é a necessidade de colo, de atender uma ligação num momento difícil que nos ligam as pessoas, não é isso que faz com que um risinho de satisfação escape quando num ônibus lotado você comece a rir de alguma piada besta, de uma situação engraçada, de uma experiência divida. Não consigo desvencilhar uma boa amizade de diversão, de experimentar. Espero que meus amigos lembrem de mim com um sorriso no rosto, não com lágrimas nos olhos. Isso está bem longe de ter a ver só com orgulho, tem mais a ver com ser uma boa companhia. E nada me deixa mais feliz que ser e ter uma boa companhia.

Então...Braz-Tesol. Embora tenha dito que não trabalharia, I couldn't help it. É muito tentador ter a chance de aprender coisas novas, ver o que há de novo, rever as velhas discussões. É engraçado ver a ruma de professor de Inglês que tem nessa cidade e nesse país, é interessante levar as típicas injeções de otimismo e auto-valorização pela profissão que escolhi.

O sono bate, um pouco de fome...hora de encerrar o post. Até breve!

domingo, 6 de julho de 2008

Sobre a UECE, a parada Gay e Café com Jamie

Parada gay+ pessoa branca demais+flash

Perdoem-me a ausência (quantas vezes escreverei isso aqui?) nestes últimos dias. As aulas da faculdade voltaram e, firmo e forte, sigo com minhas 5 cadeiras. Tudo bem que não tive aula de grego ainda, mas sinto-me uma universitária responsável, lendo textos e livros direitinho e quem sabe até me envolva novamente com a iniciação científica. Embora cansada, estou muito feliz com as disciplinas que estou cursando e espero dedicar-me a elas com a dedicação de bicho.

Muitas coisas aconteceram estes últimos dias. Passei no exame de legislação, voltei às aulas, fui pra parada Gay,meu celular novo chegou , Felipe se formou, as turmas encerraram suas aulas e delas agora só restam boas lembranças e pilhas de homework. Pilhas é exagero. Me propus neste semestre a ser uma pessoa mais organizada e conseguí, por isso dei melhores aulas e acumulei menos tarefas, tive mais tempo livre, fui mais feliz e levo comigo esta lição para os próximos semestres: quem não tem tempo, tem tempo. Quem tem uma vida ocupada pode perder todo o tempo do mundo lastimando a própria existência ou organizá-la de forma a contemplar prioridades e futilidades. E é bom dizer isso tendo vivido isso neste último semestre, é bom não serem palavras bonitas que saem de dedos hipócritas. Organizar a vida é vivê-la mais plenamente.

E como falar em viver tem tudo a ver com aniversário...
Tá, eu me odeio. Quando Junho chega eu sempre digo: não vou encher o saco de todo mundo acerca do meu aniversário, não farei festa este ano...Mas aí Julho vem e eu entro em contradição. Estou cursando uma disciplina chamada "Literatura Traduzida em Língua Estrangeira" com a Salete. A cadeira é ótima, mas temos que comprar trocentos livros. Daí, envolta na áurea mágica da literatura o cérebro louco que mora embaixo destes cachinhos multicolor pensou: Arrá, já sei onde farei minha festa. Muito bem, a festa será no Café Lua,que fica acima da Livraria Lua Nova, vizinho ao Shopping Benfica. Ainda não falei com a proprietária mas a idéia é fechar o café só para convidados e fazer da noite do dia 26 o "Café com Jamie" :D Todos os convidados deverão vir a festa portando um poema, um conto, crônica...escrito por si mesmo ou de um autor que admire, a idéia é fazer meio que um sarau. E aí, quem fizer de fato questão de levar presente (o que, claro, não é nem de longe obrigatório), eu peço que escolha um dos livros da "listinha" que a Salete passou(a mesma está disponível no meu orkut em "Livros"). Pra não repetir, deixe um depoimento ou um scrap reservando um dos livros. Há livros bem caros então caso as pessoas queiram se juntar para comprá-lo, é melhor ainda!:D) Mas pelamordedeus não deixe de ir pra festa pq não vi levar presente. Eu crio ojeriza das pessoas que não vão pro meu aniversário...Os convites serão entregues em breve a tooooodos assim que o Felipe terminar de desenhá-lo.

E que bom que as pessoas gostaram dos J Facts! Em breve tem mais :D
Comentário deslocado: preciso me formar. O Leudo, lenda viva da UECE, se formou. Agora é uma questão de honra:P

sábado, 28 de junho de 2008

Sobre os fatos da minha vida



Na onda do Chuck Norris Facts, lanço aqui a minha lista, a J Facts:

Fato 1-
Qualquer massa, spaguetti, lasagna, pizza, fica muito, muito melhor, depois de um tempo da geladeira. No mínimo umas 6 horas. Um gosto inigualável só é conseguido de manhã cedo.

Fato 2-
Todo e qualquer filme de animais e de crianças será um filme idiota. Especialmente se os animais falarem. Pior ainda se os animais falarem e as crianças forem os heróis da história. Nada mais irritante que uma criança salvando o mundo. Se elas forem americanas é melhor jogar a tv pela janela.

Fato 3-
Todo livro se torna irresistivelmente interessante em suas últimas páginas. A história não precisa ser boa, sequer precisa ser um romance. Se for um livro bom, seu final será como comer a cereja do bolo que você guardou pra comer por último. Se for ruim, será um momento feliz terminá-lo enfim.

Fato 4 -
Tv a cabo repete a programação. Repete muito. Repete de um jeito que é melhor só assistir de vez em quando pra parecer que tem novidade. Se estivermos falando da Fox, é melhor torcer que o episódio dos Simpsons seja ruim e você não lembre das piadas.

Fato 5 -
A bateria do celular só vai descarregar se pelo menos uma das três condições a seguir forem cumpridas:
1) Você receberá uma ligação importante;
2) Você precisa muito falar com alguém e não lembra do número do ser humano desejado de cor;
3) Você não sair com o carregador da bolsa.

Se as três opções forem cumpridas, é melhor checar se saiu com dinheiro de casa e se uma tempestade não está à caminho.

Fato 6 -
As pessoas que você quer que fiquem on line nunca ficarão quando você quer que elas fiquem. E provavelmente a plaquinha do msn com a cara delas subirá no exato momento que desconectar.

Fato 7 -
Todo mundo tem uma foto com o Patativa do Assaré lá no Dragão do Mar. Se não tem já quis tirar e não foi o bom senso que impediu, provavelmente já tinha muita gente lá pousando.E quase todo mundo já confundiu a estátua com o Padre Cícero. O mundo se divide entre os que assumem ou não.

Dois posts em um dia. Uau!
Proponham temas pra os J facts. A votação com algumas sugestões está logo ao lado, mais sugestões estão sendo aceitas :D

Sobre a Sabbathage e o rock


Siiim, eu fui pro Show da Sabbathage!!!
Tá certo que o Cantinho Acadêmico (ou qualquer barzinho aberto) não é exatamente o lugar para um show de Heavy Metal, mas mesmo assim, foi bastante interessante. Eu e meus pais (hahaha...acho que eu era a única pessoa acompanhada dos pais...e eles estavam curtindo, e meu pai me ofereceu outra cerveja...kkk...) realmente nos divertimos (e muito!) e o barzinho lotou!(eu adoro parênteses!:D)

É difícil achar uma banda assim tão boa aqui em Fortaleza. Uma vez que você se propõe a fazer uma banda cover, acho que você realmente tem que entrar no espírito da coisa, e a Sabbathage é mestre nisso. Possuem fidelidade às composições e ainda assim imprimem um estilo próprio às apresentações, afinal, usar uma peruquinha loiro-médio e fazer as caras e bocas do Ozzy não é pra qualquer um. Já tinham meu respeito e ganharam o dos meus pais e da platéia presente em peso. E olhe que meu pai é o ser humano mais chato quando se trata de música. Só reclamo ter acabado cedo. Também, 7:30 que começou?!

Matei o verme de um show um pouco mais pesado e voltei rouca e satisfeita para casa. Mas não deixei de reparar que a população de metaleiros da cidade, que já era pouca, está diminuindo. O rock se popularizou de um jeito meio torto, quem diz que gosta de rock dificilmente conhece os clássicos. Não que não se possa gostar das coisa se não se sabe a origem delas, mas acho que todos deveriam se permitir pelo menos ouvir, ver se gosta, entender o processo que levou a música a chegar no estado que está hoje. Sair por aí com uma blusinha do Nightwish é uma coisa. Escutar Ozzy e considerar que ele faz algo além de berrar é outra. Já perdí muita saliva tentando fazer as pessoas entenderem que o rock vai além das drogas e do demônio, hoje em dia eu me divirto com a ignorância alheia. Acho que é um estado de graça que se atinge. Aí nego regrava as músicas de bandas antigas e aí sim, as pessoas gostam. Pq deixou de ser antigo, agora é fashion, agora é in. E ouvir "tu conhece "against all odds" da Mariah Carey?" me dá nos nervos. Pobre Phil Collins.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Sobre morgar e a diferença na rotina dos professores e demais profissões





Dia morgado. Fiz nada de bom e minhas costas e bunda dôem de tanto ficar alternando num cansativo processo de sentar e deitar. Há quanto tempo não fazia isso: não fazer nada. E o sentimento de culpa por poder estar fazendo algo de mais interessante só me incomodou duas vezes: quando levantei realmente determinada a fazer um bolo de milho e quando retornei da cozinha pensando no trabalho que isso daria. Nunca assistí tantos episódios dos Simpsons, nunca zapeei por tanto tempo a TV, nunca esgotei a paciência para ver todos os vídeos que me pareciam interessantes e que se mostraram plenamente irritantes. O tempo passa bastante devegar quando você nada faz. E, caramba, os gatos realmente dormem muito. Por falar em gato, fiz algumas fotos do bichano. Todo posista...

Ah....preguiça fantástica. E se dizem que depois tormenta vem a calmaria, eu inverto. Na segunda-feira recomeçam as aulas da UECE e, embora eu esteja realmente animada (os leitores deste blog já devem ter enjoado de tanto eu dizer isso), sei que tempos bastante cansativos vem por aí. Afinal, eu me desacostumei a me acordar tão cedo, me desacostumei a passar uma manhã inteira sentada, ouvindo e falando pouquíssimo:P A rotina de trabalho faz com que a gente se desacostume a realizar tarefas que...bem, eram exatamente as tarefas que sempre fizemos. Estive pensando nisso nessa semana, na rotina desta profissão que é, afinal, tão diferente das demais profissões. Estava conversando com o amigo que foi criticado por outro amigo como sendo preguiçoso por não trabalhar 8 horas por dia. E fiquei pensando que, embora não trabalhemos 8 horas por dia, chegamos em casa às vezes bem mais cansados do que alguém que passa o dia sentado em uma cadeira diante de um computador ou atendendo pessoas. Para estas pessoas, uma hora soma-se às outras em uma dinâmica bem diferente da nossa. Cada hora é essencial, a cada hora temos intensa responsabilidade pelo aprendizado e conhecimento de um grupo de pessoas, temos que ensiná-las e motivá-las, não importa como estejamos por dentro. E depois disso, temos kilos de homework e o planejamento da próxima aula. Às vezes com um minuto de intervalo entre uma aula e outra, às vezes adiando refeições, ligações, adiando descanso. Pode parecer dramático do jeito que for, mas ser professor não é algo fácil. E pq não possuímos a rotina que a carteira de trabalho prega, se trabalhamos por quatro horas, é como se tivessemos trabalhado doze. Gosto do que faço e gosto também de pensar que posso fazer meus horários, que se em um semestre não quero trabalhar as segundas, não o faço, se não quero enterrar meu sábado de lazer em aulas, tenho esta opção. Um trabalhador comum, a não ser em um cargo de chefia, não tem a mesma sorte. Chefes não costumam distribuir folhinhas de disponibilidade para seus empregados em todas as profissões e nem negociam e barganham horários com seus empregados. Este é um dos lados bons da profissão que escolhí: flexibilidade. E, sinceramente, não troco esta flexibilidade por nenhum emprego que me permita looongas horas de cafezinho e vendas de avon. Não trabalho oito horas por dia, trabalho vinte e quatro. Meus pensamentos sobre meu trabalho, meus alunos e que tipo de professora eu sou me acompanham desde que acordo até o momento que vou dormir. E às vezes até sonho com eles. A última coisa que se pode chamar um professor é de preguiçoso.

À propósito, coisas lindas da profissão. Ganhei uma carta de quatro metros repleta de "eu te amo", "você foi a melhor professora que eu já tive". Me pergunta se eu prefiro vender roupas no shopping?