sábado, 28 de junho de 2008

Sobre os fatos da minha vida



Na onda do Chuck Norris Facts, lanço aqui a minha lista, a J Facts:

Fato 1-
Qualquer massa, spaguetti, lasagna, pizza, fica muito, muito melhor, depois de um tempo da geladeira. No mínimo umas 6 horas. Um gosto inigualável só é conseguido de manhã cedo.

Fato 2-
Todo e qualquer filme de animais e de crianças será um filme idiota. Especialmente se os animais falarem. Pior ainda se os animais falarem e as crianças forem os heróis da história. Nada mais irritante que uma criança salvando o mundo. Se elas forem americanas é melhor jogar a tv pela janela.

Fato 3-
Todo livro se torna irresistivelmente interessante em suas últimas páginas. A história não precisa ser boa, sequer precisa ser um romance. Se for um livro bom, seu final será como comer a cereja do bolo que você guardou pra comer por último. Se for ruim, será um momento feliz terminá-lo enfim.

Fato 4 -
Tv a cabo repete a programação. Repete muito. Repete de um jeito que é melhor só assistir de vez em quando pra parecer que tem novidade. Se estivermos falando da Fox, é melhor torcer que o episódio dos Simpsons seja ruim e você não lembre das piadas.

Fato 5 -
A bateria do celular só vai descarregar se pelo menos uma das três condições a seguir forem cumpridas:
1) Você receberá uma ligação importante;
2) Você precisa muito falar com alguém e não lembra do número do ser humano desejado de cor;
3) Você não sair com o carregador da bolsa.

Se as três opções forem cumpridas, é melhor checar se saiu com dinheiro de casa e se uma tempestade não está à caminho.

Fato 6 -
As pessoas que você quer que fiquem on line nunca ficarão quando você quer que elas fiquem. E provavelmente a plaquinha do msn com a cara delas subirá no exato momento que desconectar.

Fato 7 -
Todo mundo tem uma foto com o Patativa do Assaré lá no Dragão do Mar. Se não tem já quis tirar e não foi o bom senso que impediu, provavelmente já tinha muita gente lá pousando.E quase todo mundo já confundiu a estátua com o Padre Cícero. O mundo se divide entre os que assumem ou não.

Dois posts em um dia. Uau!
Proponham temas pra os J facts. A votação com algumas sugestões está logo ao lado, mais sugestões estão sendo aceitas :D

Sobre a Sabbathage e o rock


Siiim, eu fui pro Show da Sabbathage!!!
Tá certo que o Cantinho Acadêmico (ou qualquer barzinho aberto) não é exatamente o lugar para um show de Heavy Metal, mas mesmo assim, foi bastante interessante. Eu e meus pais (hahaha...acho que eu era a única pessoa acompanhada dos pais...e eles estavam curtindo, e meu pai me ofereceu outra cerveja...kkk...) realmente nos divertimos (e muito!) e o barzinho lotou!(eu adoro parênteses!:D)

É difícil achar uma banda assim tão boa aqui em Fortaleza. Uma vez que você se propõe a fazer uma banda cover, acho que você realmente tem que entrar no espírito da coisa, e a Sabbathage é mestre nisso. Possuem fidelidade às composições e ainda assim imprimem um estilo próprio às apresentações, afinal, usar uma peruquinha loiro-médio e fazer as caras e bocas do Ozzy não é pra qualquer um. Já tinham meu respeito e ganharam o dos meus pais e da platéia presente em peso. E olhe que meu pai é o ser humano mais chato quando se trata de música. Só reclamo ter acabado cedo. Também, 7:30 que começou?!

Matei o verme de um show um pouco mais pesado e voltei rouca e satisfeita para casa. Mas não deixei de reparar que a população de metaleiros da cidade, que já era pouca, está diminuindo. O rock se popularizou de um jeito meio torto, quem diz que gosta de rock dificilmente conhece os clássicos. Não que não se possa gostar das coisa se não se sabe a origem delas, mas acho que todos deveriam se permitir pelo menos ouvir, ver se gosta, entender o processo que levou a música a chegar no estado que está hoje. Sair por aí com uma blusinha do Nightwish é uma coisa. Escutar Ozzy e considerar que ele faz algo além de berrar é outra. Já perdí muita saliva tentando fazer as pessoas entenderem que o rock vai além das drogas e do demônio, hoje em dia eu me divirto com a ignorância alheia. Acho que é um estado de graça que se atinge. Aí nego regrava as músicas de bandas antigas e aí sim, as pessoas gostam. Pq deixou de ser antigo, agora é fashion, agora é in. E ouvir "tu conhece "against all odds" da Mariah Carey?" me dá nos nervos. Pobre Phil Collins.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Sobre morgar e a diferença na rotina dos professores e demais profissões





Dia morgado. Fiz nada de bom e minhas costas e bunda dôem de tanto ficar alternando num cansativo processo de sentar e deitar. Há quanto tempo não fazia isso: não fazer nada. E o sentimento de culpa por poder estar fazendo algo de mais interessante só me incomodou duas vezes: quando levantei realmente determinada a fazer um bolo de milho e quando retornei da cozinha pensando no trabalho que isso daria. Nunca assistí tantos episódios dos Simpsons, nunca zapeei por tanto tempo a TV, nunca esgotei a paciência para ver todos os vídeos que me pareciam interessantes e que se mostraram plenamente irritantes. O tempo passa bastante devegar quando você nada faz. E, caramba, os gatos realmente dormem muito. Por falar em gato, fiz algumas fotos do bichano. Todo posista...

Ah....preguiça fantástica. E se dizem que depois tormenta vem a calmaria, eu inverto. Na segunda-feira recomeçam as aulas da UECE e, embora eu esteja realmente animada (os leitores deste blog já devem ter enjoado de tanto eu dizer isso), sei que tempos bastante cansativos vem por aí. Afinal, eu me desacostumei a me acordar tão cedo, me desacostumei a passar uma manhã inteira sentada, ouvindo e falando pouquíssimo:P A rotina de trabalho faz com que a gente se desacostume a realizar tarefas que...bem, eram exatamente as tarefas que sempre fizemos. Estive pensando nisso nessa semana, na rotina desta profissão que é, afinal, tão diferente das demais profissões. Estava conversando com o amigo que foi criticado por outro amigo como sendo preguiçoso por não trabalhar 8 horas por dia. E fiquei pensando que, embora não trabalhemos 8 horas por dia, chegamos em casa às vezes bem mais cansados do que alguém que passa o dia sentado em uma cadeira diante de um computador ou atendendo pessoas. Para estas pessoas, uma hora soma-se às outras em uma dinâmica bem diferente da nossa. Cada hora é essencial, a cada hora temos intensa responsabilidade pelo aprendizado e conhecimento de um grupo de pessoas, temos que ensiná-las e motivá-las, não importa como estejamos por dentro. E depois disso, temos kilos de homework e o planejamento da próxima aula. Às vezes com um minuto de intervalo entre uma aula e outra, às vezes adiando refeições, ligações, adiando descanso. Pode parecer dramático do jeito que for, mas ser professor não é algo fácil. E pq não possuímos a rotina que a carteira de trabalho prega, se trabalhamos por quatro horas, é como se tivessemos trabalhado doze. Gosto do que faço e gosto também de pensar que posso fazer meus horários, que se em um semestre não quero trabalhar as segundas, não o faço, se não quero enterrar meu sábado de lazer em aulas, tenho esta opção. Um trabalhador comum, a não ser em um cargo de chefia, não tem a mesma sorte. Chefes não costumam distribuir folhinhas de disponibilidade para seus empregados em todas as profissões e nem negociam e barganham horários com seus empregados. Este é um dos lados bons da profissão que escolhí: flexibilidade. E, sinceramente, não troco esta flexibilidade por nenhum emprego que me permita looongas horas de cafezinho e vendas de avon. Não trabalho oito horas por dia, trabalho vinte e quatro. Meus pensamentos sobre meu trabalho, meus alunos e que tipo de professora eu sou me acompanham desde que acordo até o momento que vou dormir. E às vezes até sonho com eles. A última coisa que se pode chamar um professor é de preguiçoso.

À propósito, coisas lindas da profissão. Ganhei uma carta de quatro metros repleta de "eu te amo", "você foi a melhor professora que eu já tive". Me pergunta se eu prefiro vender roupas no shopping?

sábado, 21 de junho de 2008

Sobre o fim de semana, a Calourada e minha tendência ao desastre




Fim de semana extremamente interessante.
Primeiro na sexta, com a festa da Wizard na sexta feira que foi muito interessante, seguida pela calourada da Psicologia da UFC Moulin Rouge (ganhamos, eu e o Fernando o primeiro lugar no concurso de fantasia e performance :P), O sábado foi mais tranquilo, em casa, internet. E no domingo, fotos da placa do Felipe e a "A menina dos cabelos de capim", peça dirigida pelo meu sogro Karlo Kardozo no TJA. Posto hoje, domingo, com um gostinho maravilhoso de histórias para contar, de assuntos para conversar e lembranças bastante interessantes a se lembrar para sempre. /o/

Falando um pouco mais sobre a calourada, é muito engraçado a reação do corpo da gente diante de uma situação inusitada e diferente. Tá certo que andar fantasiada não é novidade para mim, mas fazer uma performance diante de...sei lá quantas pessoas cabem naquela quadra, mas era um mar de gente! O Fernando tremia horrores! É uma sensação engraçada, tanto antes quanto depois do feito, uma embriaguez sem alcóol, e, aliás, muito superior a beber. Uma animação que supera o cansaço, o sono e a vergonha. Meus pés doíam, o corpete apertava, mas eu nada sentia, fui sentir tudo isso somente depois, quando me sentei e o corpo se acalmou mais. E nunca mais ouvirei Like a Virgin com os mesmos ouvidos de antes :P

Semana passada foi, também, a semana das mazelas. Bati a coxa no armário da cozinha várias vezes, o que me render hematomas bem feios. Na terça, caí por cima da televisão e foi a vez do braço ficar roxo. E para começar a semana, este domingo queimei dois dedos da mão esquerda. Gostava mais dos infernos astrais dos outros anos, quando meu corpo não mudava de cor!

E quarta-feira agora é a bendita prova de legislação. Ô maçada esta carteira de motorista....

É isso, prometo posts mais longos e de mais substância em breve!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Sobre o fim, Beatles e ser tia

(antes de ler o post, clique no link da música que está no título. Fará muito mais sentido:D)

Once there was a way to get back homeward
Once there was a way to get back home
Sleep pretty darling do not cry
And I will sing a lullaby

/ Am7 - - - Dm7 - - - / G7 - - - / C Em Am Dm9 - / G7 - C - /

Golden slumbers fill your eyes
Smiles awake you when you rise
Sleep pretty darling do not cry
And I will sing a lullaby

/ C - F - C - / C - F - / C Em Am Dm9 - / G7 - C - /

Once there was a way to get back homeward
Once there was a way to get back home
Sleep pretty darling do not cry
And I will sing a lullaby

{Refrain}
Boy, you're going to carry that weight
Carry that weight a long time
Boy, you're going to carry that weight
Carry that weight a long time

/ C - G - / - - C - / 1st / G - C Am7 /

I never give you my pillow
I only send you my invitations
And in the middle of the celebrations
I break down

/ Am7 - Dsus2 Dm / G - Csus4 C / Fmaj7 - Dm E7 / Am - G - /

{Refrain, ends with / C A / C A /}

Oh yeah, all right
Are you going to be in my dreams
Tonight

/ D - E - / A - Ebdim7 - / A - /

And in the end
The love you take
Is equal to the love you make

/ A - - - / G - - - / Bb - - F - G / C - /



Perdoem-me, leitores fiéis, se os abandonei por alguns dias, mas estes últimos dias têm sido loucos. Encerramento de semestre, provas, boletins, chororôs. De alguns alunos eu sentirei muita falta, de outros, nadinha. Eu acabo me apegando muito aos alunos e terminar o semestre é sempre doloroso para mim. Você passa seis meses com aquelas pessoas, acompanha o progresso, divide dias bons e dias ruins com eles e aí, de repente, te arrancam deles e outro professor os recebe. Certos alunos marcaram eternamente, se tornaram amigos além-sala (temos um exemplo disso é o Roger(Chico), foi meu aluino de 19 e bolinha e nos falamos até hoje). Determinadas turmas tinham uma sintonia única, outras um pouco menos, mas cada sala tem uma coisa especial. É uma meta de vida minha fazer com que aquelas pessoas que conviveram durante seis meses se tornem amigas. Ás vezes consigo, outras nem tanto. Mas busco me tornar amiga de todos eles, adiciono todos no orkut, no msn. Eles podem até achar que eu não me importo, mas me importo sim. Fica em cada aluno um pouco de mim e um pouco deles em mim também. Fico meio choramingante nesses fins de semestre e entre um pedacinho de bolo e outro, escorre uma lágrima incontida....

Comecei vários post esses dias, mas não fui capaz de concluir nenhum deles. O último era sobre Beatles. Nesse domingo ví com os meninos (quando falar os meninos por aqui me refiro ao Falsário, ao Gladson e ao Minhoca, a não ser que eu especifique os meninos de tal canto:P) Across the Universe, um musical que conta uma história linda de amor totalmente narrada pelas músicas dos Beatles. Absurdamente lindo. Cantamos junto, demos as mãos em "with a little help from my friends", chorei horrores em "Let it be". Era minha vida alí, exatamente como a imagino, com uma canção deles pra cada momento. Beatles é a única banda a qual eu ouço todas as músicas, cada música com seu valor, cada música me remetendo a uma sensação diferente. Agora mesmo, ouvindo "I want you (she's so heavy)", dá vontade de abrir uma garrafa de vinho, desligar as luzes, ligar só o abajur de peixinhos e pensar na vida. Beatles é em minha vida como a Língua Inglesa; não sei quando exatamente começou, mas se tornou uma coisa tão minha, tão Jamie quanto os cachinhos que carrego na cabeça. Não consigo pensar minha vida desassociada deles, não posso, nunca pude - e nem quero. Inglês virou, afinal, minha profissão. Beatles virou algo que se mistura ao sangue e oxigena minha alma. Gosto de um zilhão de outras bandas, mas Beatles é o feijão com arroz. E eu sempre encho os olhos d'água ouvidno a sequência "Golden Sumblers", "carry that weight" e "the end". Aliás, o Abbey Road inteiro deixa uma lágrima cai-não-cai. Bato ponto todo Dezembro na Concha Acústica quando há o show mais lindo do ano, todas as pessoas legais da cidade se reúnem e entram em transe beatlemaníaco. Um dia eu ainda exemplifico o Eterno Retorno do Nietzsche e monto uma banda de Beatles /o/

E J será titia!
Nada disso, a Jessica não está grávida. Mais um Kardozinho no mundo. Parabêns ao Henrique e a Fabíola. Bando de fura filas! Eu casei primeiro, tah?!:P Mas meus pequetitos estão encomendados para mais na frente. Quando e o Felipe crescermos a gente pensa em filhos :P

sábado, 14 de junho de 2008

Sobre envelhecer (parte 1)

Eu vou envelhecer

Eu vou envelhecer, estou envelhecendo, ficando um pouco mais velha a cada letra digitada, a cada vez que o ar entra pulmões adentro, a cada ano que passa cada vez mais rápido que o anterior. Eu vou envelhecer e a moça das fotos de hoje não se reconhecerá em meios às rugas do futuro, as dores que sinto por caminhar muito ou em virtude de um mal qualquer que me acometa, serão minhas mais fiéis companheiras

Eu vou envelhecer e vou acompanhar dolorosamente o findar de todos os meus amigos, da minha geração, das testemunhas oculares daquilo que vivi. Ninguém mais saberá das músicas que eu ouvia, ninguém mais rirá das piadas tolas que se conta hoje. Só conversarei sobre o passado com aqueles que também o viveram, conversaremos efusivamente sobre como “no nosso tempo” era muito melhor, riremos de um parco de bobagens e nos calaremos pois o passado limita-se, o passado nos limita.

Quando eu envelhecer, espero ter pencas de filhos e netos que me visitem de vez em quando, espero que eu seja para eles, pelo menos por algumas horas, uma vovózinha simpática e boa cozinheira. Espero não sofrer em demasia quando ao findar do dia eles forem embora de volta para a vida deles, para a vida que ainda possuem para viver.

Eu vou envelhecer, caso eu não morra antes. Espero, por fim, ter “meu velho” segurando minhas mãos enrugadas, espero que tenhamos uma grande casa de paredes caiadas com um imenso jardim, duas cadeiras de balanço na varanda e uma vista fantástica para o resto de verde que houver no mundo. E assim, um dia com a cabeça apoiada um no ombro do outro, olhando para o horizonte, descobriremos juntos, como todas as nossas tantas descobertas, o que está do outro lado.

14 de Junho de 2006 às 21:30

Trilha sonora: “When I’m sixty-four” – The Beatles

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Sobre o dia dos namorados e o amor


Not Enough - Van Halen

To love somebody naturally
To love somebody faithfully
To love somebody equally
Is not enough, it's not enough
It's not enough

To love somebody secretly (And never touch)
To love somebody honestly (And always trust)
To love somebody tenderly
The tender touch is not enough
It's not enough

Love hurts you sometimes
It's not so easy to find, no
Searchin' everywhere, you turn and swear (Ahh-ahh-ahh)
It's always been there

To love somebody foolishly (Can happen once)
To love somebody hopelessly (It hurts so much)
To love somebody equally
Is not enough, it's not enough
It's not enough

Love takes a little time
It's not so easy to find, no, no
Searchin' everywhere, you turn and swear
It's always been there

(Guitar Solo)
Standin' there....

Oh!

And if it don't come easily
One thing you must believe
You can always have trust in me
'Cause my heart will always be, yours honestly

Yeah! Love hurts you sometimes
Not so easy to find, no-oh
Searchin' everywhere, you turn and swear (Ahh-ahh-ahh)
It's always been there, standin' there
Love hurts you sometimes
It's not yours, it's not mine, no-oh
Love is only to share
You turn and swear (Ahh-ahh-ahh) it's everywhere
Standin' there (Ahh-ahh)
'Cause it's always been there


Dia dos namorados sempre foi uma data horrível para mim. Passei até os 17 anos sem namorado, sofrendo por zilhões de amores platônicos. Depois do primeiro (patético)e do segundo namorado(trágico ou cômico?) a coisa não foi diferente, sempre acabava antes ou começava depois. Aí vieram mais um punhado de desilusões que me machucaram muito mas que em compensação me deram crônicas fantásticas. Mais alguns anos e conheço o Felipe e penso: Uruuu! agora dá certo. E deu. Mas eu tinha que arrumar um namorado que não gosta do dia dos namorados!Desde então, esta data se tornou uma coisa água com açúcar para mim. Pelo menos sofrer eu não sofro mais, o que é ótimo. Hoje, feliz e satisfeita com um relacionamento fixo, fico pensando nos dias e noites que passei sozinha. Sofrí muito, muito mesmo. Aí eu fico pensando que se eu tivesse passado a adolescência aqui em Fortaleza, e não numa casa no meio do mato, como teria sido minha vida afetiva, que tipo de pessoa eu seria agora. E chego a uma conclusão que eu jamais chegaria há alguns anos. Foi horrível, mas me ensinou muitas coisas, me fez esperar pela hora certa das coisas, me fez refletir, me conhecer. Talvez eu sequer estivesse casada hoje se eu tivesse tido a vida de....bem, quase todos que conheço: ficar com trocentas pessoas, namorar outras trocentas, ter relacionamentos vazios, provisórios, superficiais. Se bem que sequer sei se eu seria assim. Era uma menina feia e desengoçada, crescí como uma adolescente que morava longe e com a cara coberta de espinhas, sempre era muito alta , muito branca, muito magra, muito estranha. Sempre muito legal, papo legal, assuntos legais, simpática...Mas nada fisicamente inaceitável.E os adolescentes podem ser bem cruéis com pessoas assim.

Não me tornei a Angelina Jolie, mas me considero uma mulher bonita hoje, uma pessoa completamente diferente da aberração da minha adolescência. E o mais importante disso tudo, é que ganhei com meu relacionamento atual aquilo que me faltou e minou todas as chances dos relacionamentos anteriores: segurança. Não a segurança de alguém que se acha, mas a segurança que só se tem quando se percebe que ser exatamente quem você é é a única maneira de se encontrar um amor verdadeiro. Não sei se vocês entendem o que eu digo, um amor de verdade sem joguinhos bestas, sem fingimentos. Amor que se desenvolve aos poucos partindo de uma paixão e que vai se transformando em conversas cada vez mais longas e mais essenciais, numa presença que se torna cada vez mais necessária ...imprescindível. Falando bem sério, sempre achei que fosse acabar ficando pra titia e que jamais vivenciaria essa fabulsosa dimensão da vida que é o amor. Ah, o amor.

Valorizo muito as pessoas que gosto hoje pq tive pouquíssimas pessoas que gostassem de mim durante a minha vida. Minha família, meus amigos, meu amor, meus gatos. As pessoas às vezes tem a impressão de que por eu conhecer zilhões de pessoas, sou amiga de todas elas. Conto os amigos que tenho com uma mão só, conto os amigos que perdí com várias sacas de feijão :P Mas os que ficaram, estas criaturas abençoadas que aguentam minhas infindáveis conversas e que felizmente alugam meus ouvidos com as mais inesperadas crises existenciais , ocupam um lugar dentro deste pequeno coração Jamico que talvez elas sequer tenham noção. Acho até meio doentio a forma como eu gosto das pessoas, necessitando da presençaa, da atenção. Pobre família, pobres amigos, pobre Felipe, pobres gatos. Aliás, acho que eles sabem o quanto eu gosto deles, devem estar agora mesmo limpando um pouco do grude que eu sempre deixo pelas pessoas que eu gosto :P (tah, isso foi nojento).

Dedico o post de hoje não ao dia dos namorados como ele é celebrado aqui, mas como ele é celebrado lá fora. Como um dia de celebração àqueles que gostamos, a este amor único que sentimos pelas pessoas que gostamos e que classificamos como "amor de amigo", "amor de namorado", "amor de mãe".

Amo todos vocês.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Sobre sono e orkut



Assunto 1: Sono

Relógio biológico é uma porcaria. Acostumada a acordar às 6:30 para dar aula ás 8:00, fui incapaz de acordar às 5:30 para estar no bendito curso de Legislação às 6:45. E o pior de tudo é que depois de acordar a assustada e ver que perdí a hora, não consegui mais dormir. Agora tenha zé pra aguentar o resto do dia e amanhã tentar mais uma vez acordar (mas acordar mesmo) às 5:30. O engraçado é que o corpo parece não ter memória. Não era eu que acordava às 5:00 da matina todo dia pra pegar o Parangaba-Náutico e ir pra faculdade? Não era eu que acordava às 4:00 aos Sábados para dar aula em Baturité às 8:00? É...acho que não era eu, isso lá é vida?! :P
A verdade é que eu rendo melhor durante a manhã, minha sétima série que inventei de fazer de tarde foi um horror. E quando fiz minhas primeiras cadeiras à noite...I'm an early bird, not a night owl. Até pq a noite foi feita o descanso, seja dormir ou farrear. Ultimamente, no entanto, acordar cedo tem sido uma catástrofe. Me acostumei a dormir mais tarde, até pq é de noite que ainda me resta um tempinho para assistir um anime, comer decentemente, namorar um cadim. E hoje ainda amanheceu chovendo...

A máxima que eu tanto ouvia e não acreditava é a mais certa de todas: é mais fácil alguém que mora perto se atrasar do que alguém que mora longe. Você fica sempre com a preguiça te atentando: "Você mora perto de tudo agora, se permita a mais cinco minutinhos...", "Se você perder o horário do ônibus (o bairro de Fátima só passa de meia em meia hora), você ainda pode ir andando....". E nisso, é batata: atraso.

Assunto 2: Sessão Tarantino

A sessão Tarantino ontem foi muito boa. Os meninos, Falsário e Gladson, chegaram incrivelmente na hora (O Falsário chegou com 10 minutos de antecedência...é um milagre?), mas entre café-da-manhã e decisão de almoço, só conseguimos começar Cães de Aluguel às 11:00 e depois do almoço, Pulp Fiction. É engraçado como a estrutura dos filmes é similar, mesmo com enredos diferentes. Gostei mais de Pulp Fiction, embora a cena clássica do twist da Uma Turman e do Jonh Travolta tenha me frustrado MUITO. Em geral, é a cena que todos conhecem de Pulp Fiction, achei que ela fosse mais elaborada. Quando o segundo filme já tava rolando, chegaram Sávio e Plita com um monte de comida, digamos, variada. Pringles, salgadinho, chocolate, bala de hortelã e tapioca de goiabada com queijo. kkkkk
Mediante votação, Monty Python na próxima sessão Jamie de cinema, o que será próximo domingo, no outro. Nesse domingo talvez role musicais, Grease, Moulin Rouge e Chicago :D

Assunto 3: O orkut e as drogas que ele toma

O orkut tem problemas.
A nova ferramenta dele agora é indicar comunidades. Até aí tudo bem. O mais interessante são os critérios utilizados para indicá-las.
"Eu acredito e confio em Deus"
Razão da indicação? Muitos amigos nessa comunidade.
Ah, certo.

"Los hermanos"
Razão da indicação: Você está na comunidade "fãs da dancinha do Amarante".
É, faz sentido.

"Se eu pudesse voltar no tempo"
Razão da indicação: Você está na comunidade "Eu já me sentí um pinguim".
É o que?! Entrei nessa comunidade pq uma vez sonhei que eu era um pinguim e o Felipe disse que eu fiquei falando dormindo com ele dizendo que eu era um pinguim:P. Mas o que isso tem a ver com voltar no tempo? Eu devo sentir saudade de me sentir um pinguim?!

Assunto 4: A inveja do Felipe

O invejoso do Felipe fez um blog também. E sequer esconde que foi motivado mesmo pela inveja, vejam o scrap deixado:

Felipe: o slogan é : hey dude look at my jamie'sblog'senvyous'blog

Mas, tudo bem. Tenho tantos comentários aqui, leitores fiéis que até me cobram post que posso recomendar seu blog, viu?

www.inacabado.wordpress.com


Brincando. O blog é bom. Tô até com medo de perder pra concorrência.
Não me abandonem, leitores...:(

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Sobre dividir o tempo e "O quarto poder"



Quando eu estudava em colégio, o tempo era dividido por anos. Precisava de um ano para passar da oitava para o 1o. ano e esta mudança guiava também todas as outras mudanças em minha vida. Meus objetivos, minha caligrafia, os amigos; tudo era decidido entre novembro e fevereiro. Quando entrei na faculdade, minha percepção mudou. Agora minha vida era dividida em semestres. E por ser professora, essa percepção só aumenta, as turmas são também semestrais, o ano divido em dois. E quando Julho se aproxima, é hora de rever a vida. Até porque chega também meu aniversário, ainda mais reflexão, inferno astral e o ano astrologicamente realmente começando. Por isso, Junho tem sempre aquele ar meio de Novembro, tudo quase acabando. E eu tenho uma estranha relação com o começo e o final das coisas, eu costumo me empolgar mais com elas. O meio do semestre é sempre algo ruim, não há mais a alegria do novo e parece muito, muito longe do fim. Mas quando vai chegando o fim, dá vontade de fazer realmente valer a pena. E isso é ótimo pois ganho uma energia extra para finalizar as turmas com um clima legal, festivo. Estou bastante cansada, principalmente por estar trabalhando Sábado de manhã, coisa que eu tinha prometido para mim que não mais faria (se bem que me libertei do Sábado à tarde, o que me faz muito, muito feliz). Estou cansada, mas corrijo homeworks e entro na sala com aquela sensação boa de série acabando, as coisas se resolvendo, os casais se juntando e os vilões morrendo. Um novo semestre já já vai começar e já consigo sentir o cheirinho dele saindo do forno...

Sem piadas quanto a isso :P
Para rir (ou chorar): hoje um cara me ligou querendo uma tradução e mesmo depois de cair o preço para a metade ele ainda quis pechinchar mais. Marrapaiz.... Acha que é fácil virar a noite martelando a cabeça com expressões, adequações, termos técnicos...Nota mental: escrever sobre como professores e tradutores são tratados como côcô.
Movie's in J's confirmadíssimo para amanhã e mesmo com poucas pessoas confirmadas, acredito que será realmente legal a overdose de Tarantino. E amanhã mesmo já estará disponível a enquete do próximo escolhido, diretor, ator, tema...enfim.

Musiquinhas para vocês que estava ouvindo hoje de um cd-room com TODAS as músicas dos Beatles. Primeiro uma animação da música que mais me impressionava quando eu era criança: Maxwell's silver hammer. Depois, o solinho dos Beatles que deixa qualquer ser humano imediantamente otimista: "here comes the sun".

Sun, sun, sun...here it comes...
Post curto por hoje, estou assitindo "O quarto poder" e o Dustin Hoffman se garante demais, embora o Jonh Travolta vai sempre ser o cara do Grease pra mim :P

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Sobre telefones celulares



Tive meu primeiro celular aos 17 anos, um muito parecido com o segundo da imagem acima, com uma antena imensa que ficava pro lado de fora da bolsa, sem vibra call e muito, muito feio. Ia pro Evolutivo com ele vez ou outra, pq não era bem meu, era da família, e morria de vergonha. Já era naturalmente envergonhada por vir do interior e ainda mais com uma rapadura daquelas na bolsa. Lembro de uma vez que a porcaria do celular tocou e eu tive que sair correndo da sala batendo na bolsa pra que ela abrisse e todo mundo me olhando indignados. Mais uma pra coleção de gafes:P
Meu segundo celular foi um Nokia 5125 da Tim, comprado exatamente na época da promoção 31 anos da oi. Todos falavam que a oi não prestava e que se estavam dando assim tantas vantagens, era pq realmente não devia prestar, assim como a BCP, hoje Claro (é o noooovo!). Não preciso nem dizer o quanto eu me arrependo. Foi nessa mesma época que eu descobri o Blah, o bate papo da tim. Foi com ele que adquiri eficiência inimaginável em digitar mensagens de texto. Fiz algumas amizades, até me encontrei com uma pessoa (que minha mãe não ouça uma coisa dessas). Lembro que o jovem mancebo foi encontrar comigo na UECE, eu ainda bicho, e a turma do CA toda me vistoriando. Mas bastou 10 minutos de conversa real e percebemos éramos perfeitamente incompatíveis. E nunca mais nos falamos desde então.

Aí veio a febre Oi e na promoção dois A50 à cartão por R$200,00 (iiiiêêêiii), compramos, eu e Jessica nossos primeiros Ois que vinham com uma promoção de duplicar o crédito que você colocasse 15 dias depois. O mais engraçado é que tempos depois minha vó reparou que o final do meu celular , 20 e o da Jessica, 16, eram as exatas idades de quando a gente comprou os celulares. E não foi proposital. Arquivo X explica. Algum tempo depois, minha mãe adquire um Oi empresa e aí....ah...bons tempos...Acho que eu atrofiei minhas orelhas nesta época. Virava a noite em ligações infindáveis sobre as mais absurdas besteiras. Foi nessa época feliz que eu conhecí o Felipe e....descobri que ele não gosta de telefone...:( Mas ainda assim o convencia a algumas horas. E era bom. Mas tudo que é bom acaba. Um dia tiraram o Oi empresa de mim (violinos...) e até hoje considero esse meu pior trauma.

Aí resolví ter um celular invocado, que "bate-foto", tem "blutufi", "êmipetrêis". Eu era feliz com meu lindo celular que abria. Bati fotos minhas com o Luís Fernando Veríssimo em pessoa com ele. Até que um dia um distinto senhor meteu a mão na minha bolsa e levou meu pedacinho de tecnologia embora. E eu fui literalmente chorar no colo da mamãe por outro. E ela me deu!:D Esse que é meu celular atual que não tem nada demais além de ser bonitinho e fino. A propaganda dele era feito pela Yasmim Brunet e a grande história é que ele é fino o suficiente para passar por debaixo da porta (e é mesmo:P).

Aff, eu falo demais, queria ter falado dos celulares em nossa vida, mas acabei falando dos trocentos aparelhos que eu ja tive. Caros leitores, eu fujo do foco muito fácil!

Vocês já passaram um dia sem celular? Por algum motivo, esqueceu em casa, a bateria descarregada, o dono levou? É uma sensação estranha, um misto de ansiedade pra saber se alguém tentou falar com você, medo de perder uma grande oportunidade e uma súbita liberdade. Não se fica neurótico com qualquer coisa vibrando ( nada de piadas), aquela percepção quase canina que temos pra distinguir o toque do próprio celular do outro. Hoje fiquei sem celular. Lesadamente esqueci no carro da Ivany e misteriosamente ele foi parar, palavras dele, no rêgo do Fernando. Mistério, uma vez que eu estava no banco da frene, Felipe e Fernando no banco de trás e Ivany dirrigindo. Só o recuperei de noite (brigada frndjnir(tem que ser bem rápido:P!)) e durante o dia fiquei tendo espasmos, como uma pessoa que perde a perna e continua sentindo, sem saber que horas eram, em que mundo eu estava, quem eu era!

Eu não sei exatamente como era a vida social antes do celular pq pelos matos as coisas eram mais lentas, mas eu acho que esta eficiente maquininha somente ajuda. Eu nunca desligo meu celular, está sempre no vibra call e frequentemente eu perco as ligações por leseira. Mas amo meu celular de verdade. Ele, assim como o pc, torna a vida mais simples, mais dinâmica. Há pessoas que não se relacionam muito bem com os próprios celulares, acham que eles escravizam (o único que escraviza na minha opinião é o da Vivo que tem um localizador acoplado, tipo, eu, do meu celular, posso acompanhar os passos da outra pessoa. isso é assustador!). No mais, acho que é muito benéfico, principalmente o advento das mensagens de texto. Eu mando mais mensagens do que faço ligações. A mensagem é discreta, a pessoa lê quando puder, pode guardar. Ás vezes é melhor que ligar. Só é péssimo para discutir:P Mas, coisas como o amor e suas facetas são mais gostosas de resolver pessoalmente e com o celular beeeeem longe.:D

Uma boa noite à todos!
(e me mandem mensagens, adoro mensagens!)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Sobre experimentar e descobrir-se




1. The Road Not Taken
Robert Frost (1874–1963). Mountain Interval. 1920.


TWO roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth; 5

Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same, 10

And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back. 15

I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I—
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference. 20


Fico pensando na pessoa que eu era há 5 anos, há dez. Fico pensando na avalanche de coisas que aconteceram em tão pouco e tempo e que mudaram tanta coisa em mim, física, emocional e intelectualmente. Os livros que lí que me marcaram, os filmes que em mim deixaram rastros, os personagens determinantes que surgiram em minha vida, os amigos que tive, os que deixei de ter, o amor-tutor que abriu meus olhos para além das cinco cores óbvias do mundo. Eu era- e ainda sou em muitos aspectos - uma pessoa de mente limitada, cheia de preconceitos, medos, alguém que não olha além do próprio alcance das mãos. Uma pessoa ignorante. Não tanto de conhecimento - sempre tive aquilo que diferencia um idiota de um ser pensante: a curiosidade. Era uma pessoa ignorante de mim mesma. E acho que essa é a pior das ignorâncias; quando deixamos que as milhões de forças ao nosso redor cujo intuito primordial é limitar a visão do todo possuam de vez nossos sentidos e nos impeçam de transformar os "pq sim" em "pq não?". O modelo de família, de trabalho, as religiões(ou o que nos fizeram acreditar que é religião), o modo como nos disseram que deveríamos sentir, como deveríamos nos relacionar, tudo isso vai levantando um imenso muro através do qual é impossível que a luz do discernimento traga vida. Quando não reconhecemos a cara no espelho, nossas idéias em nossas palavras, quando não achamos aquilo que achávamos ser nas reações que provocamos nos outros, quando olhamos para a menina sentada do seu lado no ônibus vestir suas mesmas roupas, provavelmente está escutando a mesma música que você e ainda mais provavelmente tem os seus mesmos sonhos, medos e anseios, quando parece claro que você é igual a maioria, nos sentimos felizes, algo está muito, muito errado:você é um feliz e confortável padrão. Isso me lembra a ridícula comunidade do orkut "Sou normal, descobri no orkut". Nos sentimos felizes por fazer parte de uma grande sopa homogênea de pessoas que róem as unhas, não gostam de verde, escutam uma mesma música quinhentas vezes e que odeiam quem odeia alguma coisa. Limitamos o filtro da sanidade ao que todo mundo faz, pois ser diferente em alguma coisa é um crime; ser diferente é você e ninguém quer ser somente a si mesmo.

Acho que se conhecer não é achar um punhado de pessoas que gostam das mesmas coisas que você, ou seguir aquilo que te disseram que era certo e você não questiona pq mudar dá um trabalho danado. Acho que se conhecer é experimentar, é tentar, é conhecer. A maior parte das coisas que a gente morre de medo são coisas que a gente conhece pouquíssimo. Ou pior, acha que sabe muito pois deu ouvidos àqueles velhos limitadores já citados, se agarrou ao discurso já cheiroso e bonitinho de alguém, mudou um artigo ou um tempo verbal e acha que saiu da própria cabeça. Não, não sou a "garota mudança". Odeio mudar pq mudar dói, dá trabalho e deixa cicatrizes incuráveis. Mas adoro mudar pq são essas cicatrizes que me fazem olhar para as coisas como elas realmente são. Existe uma grande diferença entre pular de pára-quedas e passar a vida lendo acerca dos pulos alheios.

O tempo de vida que temos e conhecimento que adquirimos é inversamente proporcional. Durmo todos os dias com os fantasmas dos livros que eu nunca vou ler, dos conhecimentos que nunca serei capaz de adquirir, das experiências de vida que jamais vivenciarei. Ás vezes esse olhar para a vida como uma contagem regressiva inclusive nos impede de viver as coisas mais bobas da vida com naturalidade, olhar para o pôr-do-sol na praia e ficar entre aproveitar cada minitinho mágico ou dá um jeito de guardar a sensação na memória (isso também me lembra festas onde as pessoas passam tanto tempo tirando fotos que acabam não aproveitando a companhia das pessoas ao redor.)

domingo, 1 de junho de 2008

Sobre o fim de semana e a crônica "O menino"

Fim de semana diversificado. Aula, tarot pra Magally, cadernos de arte com o Felipe (sketch books), "Um virgem de 40 anos",crônica de madrugada, dormir até tarde, feijoada de aniversário do Rogério, mãe, homeworks, último episódio da quarta temporada do Lost (e pra variar, continuo mais confusa que no primeiro episódio :P), mais um pouco de internet e já-já, cama. É o que se pode chamar de um fim de semana diversificado, o que é ótimo e cansativo ao mesmo tempo. Mais um mês de aulas na Wizard e na Douce France e as "férias" chegam, assim como as aulas na faculdade. Mal posso esperar para fazer cinco cadeiras certinhas na faculdade :D

Ainda sobre "O virgem de 40 anos", fazia muito, muito tempo que eu não ria tanto com o filme. Não seu processo, embora seja engraçado, mas o final é único!

"When the moon is in the Seventh House
And Jupiter aligns with Mars
Then peace will guide the planets
And love will steer the stars

This is the dawning of the age of Aquarius
The age of Aquarius
Aquarius!
Aquarius!"


kkkkkkkk

Comentário 1: O link não pe do fim do filme e sim do clipe da música.
Comentário 2: Se você não viu o filme, não vai entender e nem eu vou contar...HA!

Há uma enquete à direita, sintam-se à vontade (vá lá agora, BORA!) para votarem.:D

À pedido da Plita (Paula Patrícia para os demais mortais), segue uma das crônicas que eu mais gosto. Continuem pedindo seus posts favoritos que à medida do possível vou atendendo (a fila é enorme:P)


O menino


Quando era criança não precisava de um carro para chegar a lugar algum, apenas fechava os olhos e buscava imaginar-se onde queria estar, mandava que os cheiros ao seu redor mudassem, que a textura da cama parecesse com a textura da terra molhada e corria pelo mato tentando achar duendes ou jabuticabas junto àquele amigo imaginário que o acompanhava fraternalmente a todos os lugares. Chegava até a senti-las geladas nas mãos, em sua boca escorria o suco maravilhoso da frutinha pequena, chegava até a tomar cuidado para não estragar seu aroma cuspindo no momento certo casca e caroço no chão, acertando uma formiga que sofregamente carregava um pedaço de folha a um destino desconhecido provocando o riso alto do seu parceiro de travessuras.

Agora precisava importar-se com a gasolina, com o tempo, com a roupa que deveria vestir, agora não mais andava pelo mato de sua infância, a não ser que alugasse uma casa, comprasse comida, que tirasse folga do trabalho...e era tudo tão complexo, tão complicado que lhe já estava cansado antes de pensar em como tudo isso seria possível e fechava os olhos envolto num pijama listrado e tudo o que via era escuridão e uma vontade imensa de dormir para sonhar com o menino que costumava viajar através do mundo e que brincava que trabalhava na fabricação de chocolates que nasciam em árvores chocolateiras num campo enorme e infindável. Mas como sempre, chegava à conclusão de que era na verdade muito bobo esse menino em querer ser adulto, se quando se cresce tudo o que se quer é rodar um pião sem que o dono da lojinha pergunte “é para seu filho?”. Como este menino era tonto em pensar que chocolates brotam de árvores quando as indústrias existem e empregam e exportam e vendem e fabricam mais chocolates que são comprados com o dinheiro de quem precisa dirigir para chegar aos lugares, de quem acorda cedo todos os dias e digita palavras impessoais num computador.

E, carrancudo, o velho dentro daquele pijama dormiu mais uma vez na certeza que aquele menino deveria ter morrido de pneumonia por correr daquele jeito perigoso quando estava chovendo, antes que o menino pudesse alcançá-lo para mostrar-lhe que as estrelas são na verdade feitas de marrom glacê e, desapontado, mais uma vez voltasse a caminhar pelo mato, sozinho, deixando as formigas devorarem as chocolateiras e as jabuticabas apodrecendo no pé.

Jamie Barteldes
Trilha Sonora: “Time of your life” – Green Day
17/07/2004