sábado, 16 de agosto de 2008

3 anos e 7 meses, Personal Che e tapiocas, muitas tapicas

Vou começar o post de hoje deixando bem claro que poucas coisas são tão fantásticas no mundo quanto não trabalhar no Sábado. Trabalhar no sábado é uma coisa que cansa muito. Pode parecer um dia como outro qualquer, mas não é. Se você tem uma semana corrida e só tem o fim de semana para descansar e ainda inventa de trabalhar no sábado, sem fim de semana se resume ao domingo e você vai, em geral, usá-lo para deixar tudo pronto para a semana. Portanto eu digo, devia ser proibido trabalhar dia de sábado. E sendo eu uma pessoa de sábados livres, comemoro. E eu acho que poucas pessoas realmente entendem o que isso significa pra mim.

Muito bem, cantei, afinal, na sexta-feira junto com mommy e foi bom e estranho. Bom porque cantar é sempre bom e pq eu achjo que não fui tão mal assim. Estranho porque eu estou acostumada a cantar do lado de um violão, uma coisa caseira, não um microfone e a impossibilidade de se ouvir. Sim, pq não se ouve nada do que se canta no palco. Estou esperando ouvir a gravação pra ver se eu me vanglorio ou se eu queimo o "compacto". Deixo aqui meu agradecimento a Dna. Plita e o Seu Sávio que foram, ouviram e aturaram até o final.:D



Sábado bom, dormir até tarde, ir assistir filme no dragão, Personal Che. Documentário acerca das várias imagens atreladas ao Che Cuevara ao redor do mundo. E se você pensa que o filme se limitou ao apelo fashion que a imagem do Che tem hoje em dia (a C&A é repleta de blusas "dele"), há quem considere o homem um santo e, pasmem, até Nazista! Como assim? Só assistindo o documentário, bem produzido, embora com uns escorregões, como a interferência na crença alheia e no caráter paradão do mesmo. Sem contar que o operador da sala de projeção foi, sei lá, ao banheiro e nos deixou sem cinco minutos de filme.

Tem uma frase no filme que me deixou bastante pensativa. Um fotógrafo diz, acerca da mais famosa foto do Che, que a coisa mais importante que ele fez na vida inteira foi posar para aquela foto, pois ela eternizou um momento e, para muito, é o resumo do que ele é. Comecei a refletir ainda mais acerca da fascinação da fotografia, das imagens, dos momentos. Guardo minhas fotografias com muito cuidado, revejo-as de tempos em tempos. Eu nunca mais serei tão jovem quanto as fotos de 2, 5, 10 anos atrás. Parece uma coisa estúpida de se pensar mas as fotografias eternizam, elas mantêm os mortos vivos, os momentos vivos. Passo horas olhando pra uma foto só. E consigo reviver tudo aquilo. Isso é fascinante.

A tarde e a noite foram dedicadas a tapiocas. Chegamos em casa do cinema e resolvemos nos entupir desta maravilha indígena e eu, enfim, aprendi a amnhã pra fazê-las fininhas e ainda molhadinhas. O que não suspeitávamos era que, oito tapiocas depois, o Henrique nos ligaria para nos dizer que a comemoração de seu aniversário (que foi dia 14) seria nas Tapioqueiras. E dá-lhe mais tapioca. Foi bom, nunca tinha ido lá, é um cantinho bastante simpático. Queria ter feito a piada clássica de olhar pra garçonete e perguntar: "tem tapioca?", mas me segurei. Só sei que não quero mais ver tapioca na minha frente tão cedo.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Sobre Os Cinco


Cada um possui características, algumas comuns, outras díspares. Cada um com uma essência clara e outra oculta, uma para todos e outra somente para mim, além de todas as suas demais faces. Faces que não se encaixam, senão em mim. Faces que perderiam-se na multidão daqueles com os quais convivemos sem de fato nos envolvermos. Faces que em mim se unem como num quebra cabeça subjetivo, um espelho de cinco faces que converge em mim.


Ele possui rugas nas laterais da boca, como se risse há 400 anos, rugas que emolduram um sorriso de criança que a poucos é destinado, seja este por ironia, por alegria, por satisafação, por ter convencido alguém. Seus olhos, quse sem pálpebra, escondem para si a percepção do mundo, um mundo, palavras dele, de cores próprias, de conexões e interligações contínuas, simulando "se's", ensaiando saídas, vivendo antes aquilo que o mundo ainda não viu. Ele, que é pra mim diário, que é para mim carinho, presença, sensualidade, companheirismo, alicerse dos meus sonhos, mão unida para sonhos em conjunto, estopim de minhas pequenas e tão importantes evoluções. Ele não rí de minhas piadas, rí de minhas pequenas raivas, rí de mim quando não quis fazer rir, rí comigo de um mundo bem estranho. Ele é uma aconchegante tarde de chuva, envolto em cobertores, cheiro bom de pele subindo ás narinas. Ele é outra banda da meia laranja que eu sou. A Jamie dele é menina e mulher, mãe e filha, é uma irmã erótica.


Ela é como fogo. Constante, efusiva, explosiva e possui em si a calma da intimidade, a certeza do tempo, o conhecimento da convivência. Foi tutora de transformações em mim, a fada madrinha que me surgiu e estendeu o prazo da meia-noite. Suas tatuagens representam o que é ela é, alguém que tomadecisões que fazem parecer as demais alternativas ilógicas, inexistentes. Ela é o carinho de irmã mais velha, sem a cobrança do sangue. É um estar fixo, pincelado por verbos no gerúndio, mas, em essência, no infinitivo. Quando ela me abraça, é como se uma família inteira me abraçasse.

Ele é um conto-poesia. Seus passos são líricos, suas palavras entrelaçam-se à sua rotina, justificando-a, significando-a. O zine no seu bolso é como uma introdução de sí, uma sinopse do "prazer em conhecer-me". É egoísta em essência e isso lhe faz fraterno somente com quem lhe apraz, somente com quem dentro dele existee só dentro dele existe o mundo. Ele pode ser o canalha babando pela bunda que passa, ou o romântico que apaixona-se por um sorriso bobo. Ele chora comigo cantando "She's leaving home". Eu sou, para ele, a coisa mais perto de um amigo homem que uma mulher pode chegar a ser, sem deixar de ser feminina.

Ele possui quatro entonações para meu primeiro nome: a de surpresa, a de indignação, a de raiva (geralmente gerada pela insistência) e a tremida, de riso. Ele ainda é muitas coisas que eu já fui, coisas que eu estou sendo e possui sonhos ao mesmo tempo parecidos e completamente diferente dos meus. Ele descobre as coisas que eu já sei e nisso eu vou reaprendendo, e quando vejo ele vai e me ensina algo novo.Pode ser o coroinha ou o cafetão, pode defender por horas o padrão e no outro minuto provar pizza de rapadura, e isso permite conversas infindáveis enquanto as horas, os trabalhos, as aulas justificam uma presença que vai, em essência, além de tudo isso.

Ela é a irmã mais nova que eu escolhí ter. Ela é doce e de sentimentos delicados, tão à flor da pele que saltam de sí para as folhas de papel de sua agenda como um rio que dá no mar por ser este o fluxo natural das coisas. É a reencarnação da Clarisse Lispector, sem o narigão.Ela lembra de pequeninas coisas de diálogos passageiros, manda mensagens de boa noite e de boa sorte e faz a vida parecer um pouco mais sentimental, como suas coloridas bolsas que dizem mais dela do que ela mesmo é capaz de imaginar.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Sobre o laboratório da UECE, PCs e sobre cantar

Exemplar parecidíssimo com a "belezura" que foi meu primeiro PC

"Posto" de um lugar incomum: do laboratório de informática da UECE. Pense num lugar que pisei pouquíssimo! Sem a cara de pau necessária para se entrar em uma aula de grego às 8:36, resolví gastar R$1,00 do cartãozinho e fazer alguma coisa de útil. Tão útil quanto postar no próprio blog pode ser. E é engraçado pq eu tinha um cartão desse em 1512. Lembro que pra conseguir o cartão no meu primeiro semestre, era necessário apresentar um certificado de um curso de informática que o indivíduo tenha cursado, o histórico ou declaração do curso e a graninha. Hoje eu cheguei lá dei "os 1 real" e fui feliz. De fato, afixado na cortiça ainda presente na sala, estão estas recomendações. Mas elas não fazem sentido hoje em dia. Primeiro, por que uma parcela assombrosa da população já sabe mexer nesta bendita máquina chamada computador, ás vezes melhor que qualquer outra coisa na vida. Depois, eles deveriam exigir na verdade um curso de informática para computadores mais antigos pois esses aqui são pré-históricos. Do tempo que a gente chamava a CPU de "CPU torre", daqueles que tem um botão turbo pra quando a máquina travar você dá um tapão, mas um tapão virtual, não daqueles que o monitor voa longe. Me lembro do meu primeiro pc, que usava ainda o DOS ( CD:/ windows kkk) ainda da tela verde e que pegava Floppy disc, um troço quase do tamanho de uma mão que não armazenava nem o que um disquete armazena, isso junto de uma impressora daquelas que pegava aquele papel com furinhos, e tão arcaica que se você mexesse no texto digitado no Word Star, o word da época, enquanto a impressora imprimia, suas alterações saíam no papel. Depois disso, veio o windows 3.1 e pra mexer nele eu precisei fazer um curso na Sigma, que era o cúmulo da modernidade em Pacoti. Era tudo tão novo! Tinha cores, um mouse, tudo tão interativo, cheio de janelas. O windows 3.1 era na verdade como uma grande mesa bagunçada, daquelas que quanto mais você arruma, pior fica. As janelas ficavam todas abertas na área de trabalho e ai de você se miniminizasse, haja zé pra achar de novo aquele diretório importantíssimo. Foi nele que me senti a maior artista plástica de todos os tempos por ter descoberto como fazer efeito de neve no Paint (baldinho pra pintar a tela de preto, ferramenta spray no branco, pressiona o botão esquerdo do mouse e displicentemente faça linhas horizontais e verticais. Fica lindo:D). Dele pro 95, pro 98, pro 200o, pro Mx até chegar no atual XP, o windows mais bonitinho, prático que enfim conhecemos. Ah, durante um tempo tentei usar o linux, mas como o mundo é do Windows é um saco ficar salvando tudo para ser compatível com o windows e por mais que eu admire a iniciativa do Linux, a preguiça me venceu, assim como venceu quase todo mundo. Meu único amigo que ainda usa Linux, que eu saiba, é o Roger. Mas quem tem a determinação necessária pra parar de fumar e ser vegetariano, usar Linux é fichinha:P

Hahahahahahahaha...acabei de me lembrar que a coisa mais importante que aprendi sobre computadores é que a PORCARIA da tecla de Insert pode te dar muita, muita dor de cabeça.




Marisa Monte sempre me lembra minha mãe. Acho que pela voz parecer, pelo jeito calmo, por elas duas sempre parecerem estar embebidas em Óleo Séve, serem cheirosas e com tendências meio indianas...

Hoje minha mãe cantará num barzinho/estúdio chamado Vocalize. E por mais que seja uma apresentação pequena, com um repertório limitado a em média 30 músicas, sei que representa muito para ela e eu estarei lá, sem dúvida. Até pq faz 14 anos que não ouço minha mãe cantar e, como em mim, cantar é uma necessidade para ela. Cantar nos faz feliz. E modéstia à parte, minha mãe canta muuuito bem. Pra quem não sabe, meus pais, minha mãe e meu pai biológico, tinham uma banda cover de Beatles, o The Shout. Tínhamos um pequeno estúdio de ensaio nos fundos da casa com as parades forradas com caixas de ovos para abafar o barulho e eu adorava ficar vendo os infindáveis ensaios e, quando podia, ir aos shows. Eu me apaixonei pela música bem cedo, convivendo com músicos e seu universo sofrido-fantástico, babando pelas roupas dos shows da minha mãe (lembro especialmente de uma bolsa de franjas que minha mãe tinha absolutamente escândala!), isso sem contar com a mágica dos palcos, das luzes, do cheiro formidável do gelo seco. Não escondo pra ninguém que o sonho da minha vida é, enfim, ter uma banda e nela ser vocalista. Até banda de baile rolava, não sendo forró eu estaria lá. Tenho uma admiração imensa por aqueles que sabem tocar um instrumento musical pois o único que eu conseguí dominar até hoje foi minha própria garganta, até com a panderola eu me embanano. Quem sabe na minha terceira idade, com a vida ganha e filhos criados eu possa, enfim, realizar meu sonho. Minha mãe nem precisou esperar tanto.

Literatura traduzida me espera, vamos enfim terminar os sonetos de shakespeare:D

sábado, 2 de agosto de 2008

Sobre o tal dia 26 e a xoxísse da vida




A blogueira que vos bloga está mais velha. E bloga do alto de seus vinte e três anos sentindo que, se de acordo com a astrologia o ano começa pra você depois do seu aniversário, este é primeiro ano que eu vejo mudanças realmente claras em minha personalidade e rotina. A única coisa que se manteve estável foi a natural decepção do dia propriamente dito. Acho que eu acabo criando tantas expectativas para um dia só meu que é natural o desapontamento. Tive um dia 26 meio tristonho, quase não tive coragem de levantar da cama. Fui à praia, depois descansei em casa, depois ao Del Paseo e depois mais uma vez acabei "comemorando" no Dragon center, terminamos a noite no Fafi. Poucas pouquíssimas pessoas apareceram - deixo aqui meu profundo agradecimento aos que foram: Filipe Falsário e sua digníssima Érica, Pilta e seu digníssimo Sávio, Bárbara e sua digníssima, Jacinta (para minha surpresa), Ananda e claro, Felipe. E fiquei bem chateada com algumas pessoas que disseram que iam e não foram, pois pior que não ir, é criar a expectativa da presença, é deixar-me observando cada vez que a porta do restaurante abria, numa esperança vã que só machuca, que só fere um pouco mais. Tem a ver com se importar, tem a ver com prestar atenção em que está do seu lado, em estar presente num dia essencial. Minha melhor amiga não foi, mas passou a noite do dia anterior comigo, me ligou duas vezes. E significou muito pra mim.

Daí eu fiquei pensando na minha relação doentia com aniversários, com a vontade cada vez mais crescente ano após ano de desaparecer dia 26 de Julho. Refleti sobre as festas que fiz e ninguém apareceu, do quão rodeada de gente eu estou todos os dias do ano, mas no único dia que eu acho essencial, pessoas essenciais não estão presentes. Será que, sendo essenciais para mim, eu sou também essencial para elas?

Um outro ano pra mim começa com o coração um pouco mais frio em relação a amizades, e eu odeio isso de ter que que maneirar sentimentos, de ter reservas, de ter um nó no peito sempre que me lembro do assunto.E fico também feliz com descobertas fantásticas, com amizades que começam, com amizades que se confirmam, com sacrifícios que eu vejo as pessoas fazendo e bem triste com sacrifícios que alguns foram incapazes de fazer. E guardo isso dentro de mim e o pior de tudo, eu não esqueço. Eu não esqueço os meus 14 anos quando ninguém apareceu. Eu não esqueço dos abraços que não ganhei aos 23.

Enfim, a temática do post tá assim meio xoxa, mas a vida anda assim meio xoxa mesmo. Coisas absurdas andaram acontecendo, máscaras caindo, um professor de Grego fanho e inconsequente,"As Vinhas da Ira" se tornando cada vez mais cruel.Parou de chover e faz um calor danado lá fora e meus braços dóem depois de 5 balizas e 7 retornos, isso meio dia com uma p**** de um carro de direção dura e com o bendito instrutor dormindo na minha cara com o pezão enfiado na embreagem.

Mais é isso aí, Life is a bitch e hoje tem Black Sabbath no Cantinho mais uma vez. Pq, afinal, há poucas coisas que a música não é capaz de tornar melhor.

Ps 1: Sim, foi uma noite muito boa, apesar das ausências. Desde os sushis quebrados dentro de copinhos minúsculos de café com shoyu, passando pela semelhança de assuntos de assinantes da Super Interessante, pela constatação absurda do Felipe de que eu sou racista por achar que o Cascão é negro, a sutileza e fineza da Jacinta ao comer, a Ananda catando fora os "bichos mortos", a impagável carona pro Fafi, as trocentas vezes que passamos em frente ao Del Passeo, a Ananda por cima de mim, do Felipe e da Jacinta, meus joelhos "massageando" o Sávio, os 360 graus de retorno (quem dera eu ter que fazer isso na prova do Dentran!), o Fafi (sem esquecer da chinela assim que fomos cuspidos do carro), beber, conversar, tentar falar Inglês, beber mais um pouco, dançar até dar dor no pé, ir pra casa realmente feliz.

Ps 2: pq isso está nos ps's. Pq eu não sei valorizar as coisas boas. Ninguém sabe, na verdade. Por isso que life is a bitch.