quinta-feira, 15 de maio de 2008




Adoro dias assim, dias que tinham tudo para serem extremamente comuns e rotineiros mas se mostram surpreendentes ao seu findar. Não tive aula na Douce France, fui de gaiata assistir a um filme em Francês na turma do Fernando (e pasmem, sem o Gerard Depardieu :P). Filme interessante. Comédia romântica bem ao moldes americanos, mas com um toque francês. Acho que é o primeiro filme francês que eu vejo com um final mais ou menos lógico. Ou pelo menos não imediato.
Depois disso, fiquei pelas mesinhas do CH. E fazia tanto tempo que eu não ficava simplesmente por alí à noite, sem um objetivo, sem ter marcado nada com ninguém1 E foi absolutamente fantástico. Por um momento é como se eu tivesse voltado no tempo, várias pessoas que estudaram comigo surgiram, por algum motivo todos foram ao CH hoje. E eu me dei conta que é realmente muito frustrante estar no ch e não conhecer a maioria das pessoas por lá. Ver tantos rostos novos me assusta. Não deveria assustar, é plenamente natural. Mas não era assim, especialmente no CH, pequenininho, impossível de não reconhecer seus frequentadores. Quando eu terminar as cadeiras que faltam para que eu enfim me forme, sentirei uma falta imensa daquele lugar, minha segunda casa por tanto tempo. Sair do Núcleo foi a primeira facada no coração. Sair do CH vai ser como tê-lo arrancado fora. Pode parecer exagerado, mas não é. Cada cantinho do CH me lembra uma época, um fato, me lembra um pedaço extremamente importante da minha vida. Foi no CH que minha vida social começou, que comecei a fazer as amizades mais determinantes em minha vida, foi no CH que eu encontrei o amor da minha vida. Foi no Ch que eu me transformei da "Paula", menina incompreendida e estranha de Pacoti, na Jamie que eu sou hoje. Deitada nas mesinhas de hoje que (eram banquinhos ao redor da banquinha da "lôra" ,que vendia os trecos mais estranhos de canetas à brinquedos infantis dos mais bizarros), refleti junto de Moniquinha e Lívia que os tempos mudaram, que a gente mudou.

As promessas de levar o curso de Letras ao Itapery que já viraram quase lendas. Mas elas nunca me assustaram tanto.

Créditos da Foto: Paula Patrícia, nossa Plita.

14 comentários:

Rogério Lima disse...

Ok ... Eu até posso ser masoquista mas adoro me sentir assim. Amo ter saudades.Eu até procuro gravar situações na minha mente no momento presente para no futuro ter saudade.É sério! E tenho muitos lugares assim. Adoro visitar cantos especiais pra relembrar mesmo. Volto pra casa triste mas certo que já viví algo maravilhoso, com pessoas que vão sempre estar comigo nesses momentos. Não dizem que relembrar é viver ...?

Patricia M. disse...

Imagino como vc vai sentir saudades do CH, pela quantidade e pela qualidade das histórias que viveu ali.

Eu, agora numa universidade particular, num curso bastante técnico, sinto falta do povo que pensa.

Lá, no Design, supostamente deveria haver pessoas que pensem, que são no mínimo criativas.

Só que eu me deparo com gente cretina, que não se dá conta sequer da própria ignorância. e as meninas arrumadas como se fossem pra uma festa?

e quando fomos ao Dragão ver a 300% Spanish Design e duas colegas me perguntaram onde é que ficava o "mural que você pensa que vai entrar nele", se assustaram com Patativa "Valha, ó o hômi", e não sabiam que raios era Bixiga!

Nessa hora eu quis morrer. Não. Eu quis jogar uma mini bomba atômica em cima de cada fortalezense da minha geração que não conhece o Dragão! Absurdo, isso! Como pode alguém não conhecer a segunda casa de todos nós?

Mas todos nós somos poucos. É o pessoal do CH da Uece, da UFC...
Um pessoal por quem, agora, tenho o maior carinho do mundo. Pode apostar nisso.

Patricia M. disse...

ah, e lembro da sua transição no terceiro ano. Ainda era uma menina estranha conquistando um jeito próprio, mas lá, na hora, não me dava conta disso. Só depois de te ver na Uece foi que percebi o quanto seu jeito próprio, seu jeito Jamie de ser, havia se consolidado, e era famoso, admirado e ganhava espaço como nunca antes!

eu gostava da banca da "lôra".

Jamie Barteldes disse...

Sobre o comentário do Roger:

Vixe...eu adoro sentir saudades também. Entendo perfeitamente sensaçõ que você descreveu. Sinto muita saudade dos lugares e das pessoas, das sensações, dos cheiros. Eu sinto saudades da pessoas um dia depois de tê-las visto ;P

Mas vivo um relação de amor e ódio com a saudade, pois ela me consome. E tem períodos da vida os quais parece que simplesmente não está acontecendo nada e vc e vê tão imerso no passado que acaba não vivendo o presente. Quando eu fico assim, releio arquivos do msn, velhas mensagens, velhas cartas. O passado é cruel pois ele simplesmente não volta. E o passado das amizades, o que me faz mais falta, esse é que não volta mesmo. Aproveito a sensação de estar perto dos seus amigo de hoje, é o que eu sempre fico pensando. Amanhã os silêncio podem ser bem incômodos.

Jamie Barteldes disse...

Sobre o comentário da Plita:

Sentir falta do povo que pensa, acho que não importa onde se vá, eis uma coisa que sempre haverá: gente fútil. O próprio CH é cheio de gente assim. Lembro que quando entrei eu fiz uma pequena e inútil revoluçãozinha com o Saulo e a Rachel contra a futilidade de certos alunos e de certos professores. Nunca vou esquecer do dia em que o William disse que a maior prova de que as mulheres eram inferiores aos homens, era que se você fizer uma comparação entre os grandes nomes da história, pouquíssimas serão mulheres. Eu acho que eu nunca discuti tão fervorosamente numa sala de aula como naquele dia. E hoje em dia eu fico pensando que eu provavelmente ganhei uma ruga e perdi muita, muita saliva em vão. A gente não pode mudar as pessoas, nem a maneira como elas pensam e, de certa forma, as pessoas burras e fúteis elas precisam existir. Elas contrastam com aqueles seres únicos e escolhidos com os quais você consegue passar horas conversando e quando vai pra casa ainda volta rindo vez ou outra e se sentindo um pouco mais completo, refletindo sobre o tanto de coisas que foi conversado. Eu tenho pouquíssimos amigos assim e os valorizo doentiamente. São casos raros, rarissimos. Sem contar que há uma coisa mágica em relação aos amigos da faculdade. Engraçado que eu estava conversando justamente sobre isso outro dia com um amigo. Os amigos de faculdade são uma espécie diferente de amigo: eles perceem e fazem parte da inevitável transição de coisa sem forma do terceiro ano para universitária. E essa mudança é de vestuário à filosofias.E é tão forte, mas tão forte que a faculdade parece ter sido o único período realmente relevante da sua vida. Eu tenho certeza, Plita, você não achará amigos como os do CH em lugar algum e talvez até haja pessoas com características semelhantes ao grupo do CH, mas o grupo do CH é uma memória tão forte e são pessoas que passaram de largata à borboleta com você que você acha que as pessoas que você conhecer de hoje em diante precisam ser tão mais que as do passado, tão mais...que chega a ser inatingível.

Por isso, minha cara, é que eu odeio e adoro as mudanças. Elas dôem pra caramba, mas fazem a gente ter outra percepção das coisas. Você vai achar muita gente fútil fazendo um curso de interiores, muita gente fútil num curso de ciências sociais e de letras, gente fútil na rua, nas calçadas, gente fútil junto de gente interessante, gente interessante dado á luz a gente fútil.
É uma desgraçada a futilidade.
Agarre-se aos amigos que você tem antes que eles se "enfuteçam" também. Ninguém sabe o processo, então pode estar acontecendo agora mesmo comigo ou com vc...
Por falar nisso, melhor desligar a Ana Maria Braga...


kkkkkkkkkkkkkkkkkk


(...)

Anônimo disse...

Essa foto lá de cima tá parecida com vc! Assim... ainda não é tu, mas parece com tu, entende?

E o nome do seu proprio blog daqui do lado direito ta errado. :-P

Pay attention, lil'lady! :-D

Rogério Lima disse...

Mais duas coisas:

1. Como no momento nada muito fantástico está acontecendo e como há dias encontrei duas amigas "maravilhosas" através do Orkut - essa foi a primeira vez que encontro alguém, acredita? De procurar ... - e saber o comoa vida delas mudaram (uma delas está casada, morando no Rio de janeiro e com um bebê vindo em dias)e como perdemos a nossa amizade, de como deixamos de ser pessoas que compartilhavam idéias, sentimentos,situações etc... para nos tornarmos simples estranhos conhecidos.
O tempo passa e quando nos damos conta os nossos melhores amigos,os nossos melhores lugares e, muitas vezes, até a nossa família mudou. Foge do nosso controlee nessas horas eu sou um apegado a lembrança. Não quero que isso acabe também. vou lembrar e recordar até morrer ou o alzheimer chegar .. ahuhau

2. Da próxima vez que alguém disser que a mulher é inferior porque existem (ou melhor,existiram) mais homens famosos,pensadores famosos,cientistas famosos... relembre-o dos 2.000 anos de perseguição feminina, de subordinação feminina, da "Caça as Bruxas" e até nos dias de hoje "coisas" como o Alcorão e a sua corja de seguidores, que tem a mulher como uma mercadoria comparado ao Camelo. Não tem como brotar em campo infértil, né?
Bjos..

Unknown disse...

As humanidades são poucas e se esvaem com as gerações.

ou saudosista até em perspectiva....

Anônimo disse...

ou=SOU

Jamie Barteldes disse...

Fernando, faz um comentário sobre o que eu escreví da próxima vez, não sobre os defeitos do meu blog :P

Aê, uma foto que parece comigo! :D

Roger, a internet pode ser muito boa ou muito ruim. Depende do uso que se faz dela. E encontrar pessoas é sem dúvida muito bom e ela me permite isso.

Quanto à resposta ao William, é, todo sabemos disso. Mas, como eu te disse, cansei de dar murro em ponta de faca.

Felipe...te amo:D

Ananda disse...

Sei demais como você se sente...
E Iatapery é com 'y'?
Ok, estraguei a poesia da coisa ;p
Ultimamente eu estava pensando naquela música da Maria Rita "Encontros e Despedidas" e me lembro de como os rostos vão realmente mudando, como uns dão lugar a outros, e às vezes isso me deixa melancólica e nostálgica.
Mas 'é a vida desse meu lugar...'
Beijos, Jamie!

Jamie Barteldes disse...

Adoro essa música. Pena que ela me lembra mini-série da Globo :P

Brigada pela visita, Ananda!

Unknown disse...

A vida é feita de imagens, músicas, roupas, lugares, pessoas e amores. Talvez mais , talvez menos ... assim como Chico, todas as pessoas guardam recordações de certos lugares e o CH não foi uma exceção pra mim tb. J fez uma ótima descrição, não só por ter sido detalhista, mas por mostrar pq nos apegamos tanto a "coisas" assim, pq no fim... no fim J disse que o que vale a pena é a sensação de ter passado por ali e ter vivido, ter sentido que foi especial... e isso ninguém tira dela.
p.s - momento saudade, tu correndo pra lá e pra cá vestida de colegial , fazendo trocentas coisas. ^^

Jamie Barteldes disse...

Eita, Dino, Lisocâmbio de Japonês e eu de Sailor Moon. Caramba...não achei que cê fosse lembrar disso. Fiquei até emocionada agora.
(um minuto fitando o nada pensando nesses momentos mágicos da vida)