sexta-feira, 16 de maio de 2008




Hoje é dia 16 e todo dia 16 um certo apartamento no Centro fica um tanto um quanto mais romanticamente comemorativo. 3 anos e seis meses. Rumo aos quatro anos /o/.

Estou realmente muito feliz com os comentários neste blog, até porque o que dá alma a um blog são seus visitantes. Muito obrigada pelas visitas e continuem por aqui que eu continuo postando. Sim, isso é uma ameaça! :P

Iú ari óu dê rrizôn ofi mai laifi!


Novidades: temos cortinas blackout na sala e no quarto. E uma televisão maior no quarto agora. O que significa que se eu quiser que fique de noite, vai ficar. O que significa que eu não vou ser acordada no domingo às 6:30 pelo sol que faz a alegria de quem quer ir à praia, mas a revolta de quem quer dormir até as duas da tarde para compensar os dias da semana nos quais se madruga. Há duas coisas no mundo que me acordam - e me acordam mesmo. Cheiro forte e luz. Eu consigo dormir com barulho - havia um tempo que eu inclusive dormia ouvindo música e às vezes acordava e o som continuava ligado pois eu sequer pecebia. Mas não passe perfume dentro do quarto em que eu estiver dormindo e nem abra a janela. Minha irmã quase ficou sem cabeça uma vez que inventou de usar o meu kriska dentro do meu quarto. Graças à Deus casei com um homem compreensível. E pra completar minha alegria, nada mais de luz! :D


Daí eu fiquei pensando hoje nas particularidades das pessoas e do quanto é gostoso ir descobrindo do que alguém gosta e do que não gosta. O que faz com que irmãos que foram criados juntos, teoricamente com o mesmo estilo de criação, comendo as mesmas coisas, o que faz com que estas pessoas tenham gostos diferentes? O que faz da minha irmã doente por suco de manga e pra mim suco de manga ser tão indiferente? O que faz da minha família adorar sopa batida no liquidificador e eu odiar mortalmente? O que faz o Felipe odiar tanto maionese. E o mais fascinante de tudo: quando você odeia uma coisa e um belo dia acorda com vontade de comer aquilo. Foi assim comigo com queijo parmessão. Uma vez eu deixei de almoçar porque meu pai tinha enchido o prato dele de parmessão e eu enjoei tanto com o cheiro que a fome sumiu. Aí um belo dia, sinto uma vontade imensa de comer queijo ralado. E até hoje não há uma feira que eu não compre pelo menos dois pacotes.


Essas coisas são incompreensíveis. Durante um tempo eu pensei que não gostar de certas comidas e de certos cheiros era uma frescura imensa. Coisa de quem tem muita opção na vida, coisa de uma civilização na qual tudo é over, tudo é demais. Quantas opções de absorvente minha vó teve? provavelmente ela usou paninhos...(urgh) hoje em dia tem tanta opção que você fica perdida. É muita coisa para escolher, muita propaganda pra nos influenciar e com isso eu acho que a gente acaba ficando muito, muito besta. Será? Antigamente a gente era feliz com as coisas que a própria terra oferecia. Quando eu era criança tomar suco de groselha com biscoito maria era o máximo! Quando eu era criança coca-cola era coisa de dia de domingo, pra tomar em família acompanhando o galeto. Hoje tem quem tome café da manhã com um copo de coca. Hoje eu compro barras de chocolate e devoro sozinha, quando eu era criança isso era uma coisa impensável. Outro dia entrei no Empório Ditália e descobri que eu não preciso ir aos estados unidos para comer pasta de amendoim, nem ir ao méxico para achar um autêntico molho para taco. Tá tudo lá, o mundo inteiro e eu passando com o carrinho de compras. Tudo à mão, tudo acessível. Tudo muito perto. Não estaria perto demais? Não é por isso que hoje é tão comum ver crianças gordinhas e estragadas?


É sei, não é um pensamento linear. Mas fiquei pensando na praticidade das coisas olhando pro meu microndas hoje. Me deu uma certa saudade de sentir cheiro de pão feito na hora e de café sendo torrado na cozinha lá da serra. Olhei pro pacote de pão integral em cima da geladeira e me deu fome. A saudade de tempos menos práticos passou na primeira mordida.







6 comentários:

Rogério Lima disse...

"sentir cheiro de pão feito na hora e de café sendo torrado na cozinha lá da serra..." ... Isso me vez também ecordar do meu tempo de criança em que meus pais tinham fazenda e o vaqueiro - o Seu Raimundo - vinha com aquele leite tirado na hora da me dar, cheio de espuma e quente ainda. Quente naturalmente. A gente chamava de "Leite Mungido". Era muito bom. Menina mas esse seu blog só me serve pra sentir saudades.. E por falar em Blog, você ainda está me devendo uma visita ao meu....

Pra acessá-lo techa em cima do meu nome (Chico) ou acessa rogerholanda.blogspot.com

Estou esperando ...
Bjos

Jamie Barteldes disse...

Hummm...leite mungido é docinho e morno...Muito bom, embora forte pra caramba, se você tiver o estômago fraquinho, dá dor de barriga!

Estava devendo:P

Unknown disse...

J e suas saudades indo pro espaço na primeira mordida. Já pensou em voltar no tempo e ter que usar só "paninhos" como a sua avó teve? tudo isso que vc falou é realmente nostálgico, as nossas limitações impostas quando criança, pois eram luxos e luxos caros naqueles tempos, com a "acessibilidade" dos tempos de hoje eu tb não sei lidar muito bem, pois adoro fazer café de coador e detesto beber leite de caixa... mas é o jeito né? nossa vida se tornou mais prática com essa modernidade toda. E viva ao pão integral que tá dando sopa sobre a geladeira!
p.s - se algum dia eu for pro meu interior eu compro um saco de pão artesanal pra vc ^^

Jamie Barteldes disse...

EBA! Pão artesanal!

É...tem coisas que na modernidade que realmente não dá pra abrir mão.

Que o papel higiênico ilustre isso :P

Patricia M. disse...

=P não linear e contraditório. Gostei, ué!

tava pensando nisso segunda-feira! Fui fazer um trabalho na casa de uma colega e tava lá eu me vestindo pra sair e com o PC ligado procurando a casa dela no Google Earth.

Cara... sou do tempo da lista telefônica! Tá. não faz taaaanto tempo assim. =P

Bem, o computador mudou mta coisa, a internet tb, o orkut, as câmeras digitais...

o mundo é outro. eu gosto dele assim, mas bate um orgulho bobinho vez em quando. "No meu tempo era Barbie ou nada. Hoje tem todo tipo de boneca" ou "Sou do tempo do vinil. Lado A, lado B, virar disco, botar calmamente a agulha em cima da faixa".

Gostoso pensar nessas coisas!

e pq as pessoas gostam ou não gostam de algumas coisas é um assunto pra horas e horas, pra mim.

Fiquei tão feliz dia desses ao descobrir que meu amor adora pão branquinho, de massa quase crua, que nem eu!

Ah, e pão caseiro é tudo de bom!

Jamie Barteldes disse...

kkkk

é verdade! Dá uma certa vaidade sim. A gente se sente com décadas da vantagem diante da "juventude". Mas isso é coisa comum a todas as gerações. Lembro-me da minha tia frescando comigo pq eu não conhecia Roxette quando ela tinha 15 anos e tava saindo prum show duma banda cover deles.
Eu me senti tão jovem e inexperiente...:P

Mas, hoje em dia posso me gabar que era campeã de Genius e que aquelas balinhas duras que eram vendidas como fichas telefônicas R$0.10 a tirinha eram as melhores!

hahaha

E Pão quase cru é o que há!

Descobrir coisas é realmente fantástico.
Descobri que eu e o Felipe temos quase a mesma paixão por purê de batatas! :D